Escaldada por anos de projetos que não saíram do papel, a torcida do Flamengo olha com certa desconfiança as noticias que indicam avanço nas negociações para o Mais Querido enfim construir o estádio próprio.

Entretanto, exemplos no mundo e no Brasil mostram que, dadas as circunstâncias certas, clubes que passaram décadas jogando como inquilinos em estádios públicos podem tirar o sonho da casa própria no papel. O MRN cita cinco casos mais ou menos recentes:

Flamengo já definiu próximos passos para estádio próprio no Gasômetro

Bayern de Munique

Clube mais rico da Alemanha e um dos mais ricos do mundo, o Bayern de Munique não teve casa própria por mais de 30 anos. Entre 1972 e 2005, o clube bávaro jogava no Estádio Olímpico de Munique, inaugurado para as Olimpíadas de Munique, assim como o 1860 Munique, clube menor da cidade do Sul da Alemanha.

A realização da Copa do Mundo de 2006 serviu de pretexto para que o Bayern erguesse seu estádio próprio, a Allianz Arena, inaugurada em 2005. Hoje, o estádio do clube de Munique serve como modelo para o Flamengo, que estuda criar uma SAF nos moldes da do Bayern para financiar a construção do seu estádio no Gasômetro.

Juventus

A Juventus dividiu por mais de sete décadas o antigo Estádio Olímpico de Turim e o Delle Alpi, construído para a Copa de 1990, com o Torino. Em 2003, o maior campeão italiano adquiriu o segundo estádio da prefeitura e o demoliu cinco anos depois para a construção de um novo e mais moderno estádio próprio no mesmo terreno.

A compra foi possibilitada pela troca de gestão na cidade de Turim e um acordo para que a Juventus mandasse no novo estádio olímpico, construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, seus jogos enquanto o seu novo estádio era erguido.

Peñarol

O tradicional clube uruguaio tinha um estádio próprio, mas deixou de usá-lo em 1933 e passou mais de 80 anos mandando seus jogos no Estádio Centenario, inaugurado para a Copa de 1980 e palco do histórico primeiro título da Libertadores do Flamengo, em 1981.

Em 2014, o Peñarol inaugurou a construção de seu estádio próprio, o Campeon del Siglo, inaugurado dois anos depois. O estádio foi financiado com a venda de naming rights à produtora audiovisual Tenfield e a venda de camarotes e cadeiras.

Corinthians

No Brasil, o Corinthians jogou como mandante por mais de 7 décadas no estádio municipal do Pacaembu, inaugurado em 1940. A Copa do Mundo de 2014 foi uma oportunidade para o time paulista erguer sua casa própria. Com a falta de acordo entre o governo federal e o São Paulo para reformar o Morumbi, a solução para realizar a abertura da Copa do Mundo em São Paulo foi a construção de um novo estádio, em Itaquera.

O Corinthians contou com financiamento da Caixa Econômica Federal para construir o bilionário estádio. Ainda hoje, o time alvinegro não pagou a maior parte da dívida e tenta renegociar o saldo restante.

Atlético-MG

O caso mais recente é o do Atlético-MG. O time de Belo Horizonte enfim inaugurou seu estádio próprio no ano passado, após passar quase 60 anos jogando no Mineirão, estádio do governo de Minas Gerais – sendo que na última década, por divergências com os administradores do estádio, mandou muitas partidas no Estádio Independência, do América-MG.

Para financiar a obra, o clube vendeu 50% da sua participação em um shopping em Belo Horizonte e ainda cedeu os direitos de naming rights por dez anos à MRV. Ainda foram captados R$ 100 milhões com a venda de cadeiras cativas.

Fonte: Mundo Rubronegro

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