Craque do Flamengo, a jogadora Cristiane se posicionou sobre um importante tema que precisa ser discutido e repercutido. A atleta se deparou com uma denúncia grave das atletas do Holanda Esporte Clube, do Rio Preto de Eva, no Amazonas. O perfil Arquibancada Feminina trouxe o caso à tona, e as jogadoras se queixam de falta de respeito, como comida estragada, falta de pagamento e péssimas instalações para o time feminino. Mas a pior parte ainda está por vir: o assédio.
Cristiane compartilhou a publicação em seus stories e escreveu um pequeno texto tecendo críticas ao que acontece no ambiente do futebol feminino. A craque dá um depoimento próprio ao declarar que quando tentam fazer as denúncias, as jogadoras são tachadas como mentirosas ou malucas, e frequentemente os assediadores saem por cima. Ela usa seu espaço para engajar a causa do Holanda e levar o caso ao conhecimento público, usando sua imagem forte e seu tamanho no esporte para ajudar.
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“‘A Copa do Mundo é logo ali. E o que estamos fazendo para que nossas atletas sejam protegidas e se sintam seguras para a prática do esporte? Estou extremamente feliz com a notícia de sediarmos a copa no nosso país, mas não podemos fechar os olhos para o que acontece com as atletas em seus clubes. Quando denunciamos somos mentirosas ou malucas. Somos ameaçadas. Muitas perdem seus contratos e ainda acabam vendo seus assediadores sendo promovidos. Não podemos esperar até a Copa para começarmos a mudar nosso cenário de proteção e segurança para as atletas”, desabafa Cristiane.
Os relatos das atletas do Holanda
As atletas enviaram um vídeo ao Arquibancada Feminina, publicado nos stories da página. Uma das meninas conta: “Assédio contra atletas, incluindo uma menor de idade. Virou uma bola de neve, porque tentamos ajudar e estamos sendo prejudicadas. Estamos pedindo ajuda, não sabemos mais o que fazer”.
Outra jogadora complementou:
“Houve o assédio. Uma de menor, a outra já não é, mas aconteceram propostas indecentes. Isso acontece muito no futebol feminino. Lutamos para, no mínimo, combater. Muitas se calam, mas dessa vez não vamos nos calar”, diz.
Uma das meninas assediadas chegou a revelar a proposta indecente que foi feita a ela. Uma pessoa do clube prometeu que ela ganharia um salário maior que o das demais se aceitasse receber uma massagem.
Cristiane já havia relatado ofensas no jogo do Flamengo
Durante participação no Charla Podcast, Cristiane comentou cobranças acima do tom nos jogos do Flamengo. Os torcedores do futebol masculino migraram para os jogos do feminino, e o resultado foi muita agressividade nas arquibancadas quando o time não se saía bem.
“Uma coisa tem ‘pegado’ um pouquinho e as atletas no futebol feminino no geral têm tido uma chateação. Hoje existe migração de torcida do masculino para o feminino, e a gente tem recebido ofensas que não recebíamos. O futebol feminino sempre teve muita família, muita criança, idoso. Não tinha essa agressividade. Com a migração, a gente tem escutado umas coisas bem pesadas. Me deixa chateada porque continua tendo crianças e idosos. O que está sendo passado?”, disse.
Cristiane chegou a declarar que as atletas começam a sentir medo por conta do aumento das cobranças da torcida.
“Começa a gerar um medo, porque eu pergunto: Qual a próxima? Apanhar dos caras? Diferente do masculino, eu saia na Vila andando com meu filho. Como tem que ser. Aí você começa a andar meio bitolada, olhando para ver se alguém está te seguindo. E eu nem estou falando aqui pelo Flamengo, mas de uma forma geral. Quando você joga conta outras equipes não tem como não escutar. Eu quero que as crianças continuem frequentando, eu não vou querer levar meu filho para ouvir a mãe ser xingada 90 minutos”, finalizou a Camisa 11 do Mengão. Veja o corte completo abaixo:
Fonte: Mundo Rubronegro
