Neste sábado (2), o Flamengo enfrenta o Botafogo, no Engenhão, às 21h, pela 22ª rodada do Brasileirão. O clássico marca o encontro de clubes com estruturas do departamento de futebol completamente diferentes, que culminam em temporadas distintas. Enquanto o rival possui futebol comandado por dirigentes profissionais, o Fla segue com modelo de cargos amadores.
Líder do Brasileirão, o Botafogo tem 51 pontos e 15 de vantagem para o Flamengo. Com estrutura profissional, o clube investiu na área de scouting e gastou R$ 29 milhões em 2023 para formar o elenco, 13% do valor gasto pelo Rubro-Negro.
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Ao ser comprado pelo americano John Textor e se tornar SAF, o Botafogo passou a ver o futebol estreitamente como um negócio. Dessa forma, a primeira ação foi contratar executivos profissionais para realizarem a gestão do futebol, acabando com a estrutura semi-amadora que existe na maioria dos clubes brasileiros, inclusive no Flamengo.
O rival do Mengão não aboliu os cargos de dirigentes amadores, mas eles não são mais os responsáveis pelas decisões. Em entrevista à revista Exame, em 2022, o então CEO da SAF Botafogo, Jorge Braga, detalhou a estrutura do departamento de futebol do clube.
“Tivemos autonomia de gestão total. Todos os vices se reportam a mim, os estatutários e os da gestão do futebol, o que não é comum no futebol brasileiro. Em alguns clubes, algumas vice-presidências têm maior autonomia. No Botafogo, os executivos cuidam da gestão do futebol, e os estatutários fazem recomendações e aconselhamento”, disse.
No Rubro-Negro, o cargo mais alto ocupado por um profissional é o do diretor Bruno Spindel. Por outro lado, o homem-forte do futebol do Flamengo ocupa cargo estatutário: o vice-presidente Marcos Braz.
Além disso, o futebol do Flamengo tem um “conselhinho” formado por um grupo de sócios que participam das decisões da pasta. Portanto, apesar de ter dirigentes profissionais na estrutura do departamento, as principais decisões são tomadas por dirigentes amadores.
Flamengo não pretende profissionalizar departamento de futebol em 2024
A temporada ruim do Flamengo aumentou as críticas ao trabalho de Marcos Braz e surgiram rumores de possível contratação de dirigente profissional para gerir o futebol do clube. No entanto, em contato com o jornalista Mauro Cezar Pereira, o presidente Rodolfo Landim afirmou que saída de Braz e mudança na estrutura do departamento uma mudança sequer foi pensada.
“Não. Nada disto foi discutido ou ao menos pensado”, afirmou em contato por WhatsApp.
Diferente do Botafogo e outros clubes que se tornaram SAF no Brasil, o Flamengo tem ótima saúde financeira e teve maior faturamento de um clube brasileiro na história em 2022, R$ 1,17 bilhão. Contudo, o ano seguinte ao número histórico é de vexames do Rubro-Negro em campo e exposição de falta de comando interno.
A vantagem financeira permitiu ao Flamengo montar um elenco de craques, o melhor do continente, e empilhar títulos nos últimos anos. Por outro lado, a diretoria do clube parece não conseguir montar um projeto esportivo de longo prazo, gerando oscilações em todos os anos, muitas trocas de técnicos e culminando na péssima temporada de 2023.
Fonte: Mundo Rubronegro