O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, transformou o Maracanã num grande palanque recebendo vários políticos no camarote do governo do Estado. Enquanto isso, o torcedor do Flamengo teve que pagar em média R$ 436 para assistir à primeira partida da final da Copa do Brasil contra o São Paulo.
O convescote de Castro foi destaque como foto principal da capa do jornal “Correio da Manhã” nesta segunda-feira. O jornal é ligado ao bolsonarismo, movimento do qual Castro faz parte. Isto porque o dono do veículo, Claudio Magnavita, prometeu fazer “oposição como nunca antes” ao governo Lula caso o presidente derrotasse Bolsonaro em 2022.
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Segundo o “Correio da Manhã”, Castro e o vice-governador Thiago Pampolha receberam no camarote do Maracanã, Antonio Rueda, presidente do União Brasil no Rio de Janeiro, Elder Barbalho, governador do Pará, Ciro Nogueira, senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, e Dr. Luizinho, líder do PP na Câmara.
Uso político do Maracanã e do Flamengo vem de outros governos
O governo do Estado tem atualmente cinco camarotes no Maracanã. O edital de licitação para a concessão permanente, que foi anulado pelo Tribunal de Contas do Estado, aumentava ainda mais essa fatia, para sete camarotes, além de uma cota de 200 ingressos no setor Oeste Inferior, 82 na Tribuna de Honra e 40 vagas no Estado. O governo também possui cerca de 700 cadeiras cativas no setor Oeste Superior cujos donos não fizeram recadastro.
A Suderj, antiga administradora do Maracanã cujo presidente foi indicado por Castro, usou 100 desses ingressos para se promover neste jogo, oferecendo-o a torcedores que foram doar sangue no Hemorio. O presidente da entidade, Renato de Paula, é irmão do ex-deputado Otoni de Paula e filho do deputado estadual Otoni de Paula Pai. Ambos também são aliados de Castro.
Entretanto, o governador não é o primeiro a fazer uso político do Flamengo. Seu antecessor, Wilson Witzel chegou a viajar no avião da delegação do Flamengo para a final da Libertadores em 2019 e dar uma entrevista à Fla TV sobre o Maracanã dias antes de sofrer impeachment por suspeitas de corrupção.
Fonte: Mundo Rubronegro