Manter Tite até a Copa do Brasil é esperar o paciente morrer pra trocar de médico

Não é preciso ser um gênio da análise esportiva para concluir que a passagem de Tite pelo Flamengo foi um total e absoluto fracasso, em todos os níveis, por todos os ângulos. 

Os resultados não vieram, com uma campanha lamentável no Brasileirão, uma eliminação patética na Libertadores e um Campeonato Carioca, a medalha de honra ao mérito dos títulos, conquistado batendo forte nos pequenos, mas passando um sufoco muito pouco justificado diante dos outros grandes.

JOÃO LUIS JR.: O que Tite, Braz e Landim merecem, a Convenção de Genebra proíbe

Um desempenho totalmente abaixo da crítica, e que é plenamente explicado pelo futebol fraquíssimo praticado por uma equipe que raramente impressionou, penou diante de adversários de qualidade duvidosa e não faz um bom jogo há quase dois meses, desde aquela vitória por 2×0 sobre o Palmeiras no Maracanã.

Tite, no comando do Flamengo, jamais encantou, poucas vezes convenceu, e por qualquer métrica que não seja a da geração de empregos para parentes e a da embromação em entrevistas, vai ser colocado na mesma vala comum de outros grandes erros da gestão Landim, como o Jorge “Clube da Luta” Sampaoli, Vitor “Minha Sogra Minha Vida” Pereira ou mesmo Paulo Sousa, o “Nuno Leal Maia do erro tático”.

Tite é ultrapassado, retranqueiro, burro e tão incapaz de se adaptar que, diante das lesões de Pedro, Luiz Araújo e Cebolinha, se mostrou mais propenso a improvisar duas batedeiras na ponta e um cachorro de gravata como centroavante do que aceitar que precisaria treinar algum outro esquema tático. 

Ou seja, em quase um ano de Flamengo, Adenor Bacchi vem realizando um trabalho que varia, de acordo com a sua boa vontade e expectativa, entre frustrante, abaixo da média, ou absolutamente ridículo. Mas que, segundo a diretoria rubro-negra, pode ser magicamente consertado em uma semana.

Porque é essa que parece ser a mensagem de Marcos e Braz e Rodolfo Landim ao manter até as semifinais da Copa do Brasil, diante de um Corinthians que vem numa curva ascendente, um treinador que depois de 11 meses está não apenas apresentando um futebol fraquíssimo como parece estar até mesmo se degenerando no comando rubro-negro, já que antes o Flamengo, apesar de jogar mal, conseguia ao menos chutar no gol.

A manutenção de Tite, no contexto atual da temporada, é uma decisão não apenas burra e injustificada, como até mesmo preguiçosa e covarde, porque praticamente abre mão de um título que garante vaga na Libertadores – além de bastante dinheiro – apenas para que a gestão absolutamente amadora de Braz e Landim possa se dar o verniz de profissionalismo relacionado à “manter um técnico até o fim do ano”.

Se demitir Adenor agora já é pouco e o correto seria inventar a viagem no tempo apenas para que ele nunca tivesse sido contratado, esperar até que ele nos deixe em 7º no Brasileiro e eliminados da Copa do Brasil pra só aí se livrar deste homem chega a ser ofensivo com a torcida.

Porque não, não temos garantia de que um interino, ou mesmo um novo treinador, conseguiria dar jeito na equipe em tão pouco tempo, isso pode tanto dar muito certo quanto bastante errado. Mas se tem um homem que todos nós sabemos que não tem a menor condição de consertar o Flamengo, porque mostrou, desde o ano passado, que não tem capacidade pra isso, esse homem, com toda certeza, é Tite. 

João Luis Jr. é jornalista, flamenguista desde criança e já viu desde Walter Minhoca e Anderson Pico até Adriano Imperador e Arrascaeta, com todas as alegrias e traumas correspondentes. Siga João Luis Jr no Medium.

Fonte: Mundo Rubronegro

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