O Flamengo segue invicto na temporada após 13 partidas, ainda não sofreu gols em jogos oficiais e o trabalho do técnico Tite está recebendo muitos elogios de jogadores, torcedores e imprensa. Mas o jornalista Carlos Eduardo Mansur apontou quesito que o time ainda apresenta oscilações e carece de evolução: a saída de bola.

Mansur destacou que times que conseguiram organizar pressão na saída de bola obrigaram o Flamengo a característica de seu jogo. Se sob o comando de Tite o Fla é um time que consegue trocar passes desde o campo de defesa e dominar o ritmo do jogo, em alguns momentos precisou tentar jogo mais direto e abusou de bolas longas. O jornalista cita como exemplo clássicos contra Vasco, Fluminense e Botafogo.

“(…) Entra a discussão para o futuro do rubro-negro na temporada: como esta equipe reage quando é pressionada em sua saída de bola. Parece ser este o ponto que ainda deixa dúvidas num time que pressiona melhor do que em 2023, defende sua área melhor do que no ano passado, e evoluiu ofensivamente quando se instala no campo rival”, escreve Mansur em sua coluna no jornal “O Globo”.

O empate em 0 a 0 contra o Vasco, apesar de ter sido o pior resultado em clássicos, representou a menor mudança de estilo. O Fla utilizou bolas longas quando pressionado, com baixo aproveitamento (69%), mas manteve a média de 410 passes trocados por jogo- 87% de acerto- e dominou a posse de bola. Além disso, o jornalista cita como o Botafogo também provocou chutões da zaga rubro-negra em primeiro tempo.

Mansur cita também dois Fla x Flus que representam mudança de estilo. No primeiro do ano, pela Taça Guanabara, o jornalista entende que o time teve “grande dificuldade” para lidar com a pressão adversária no primeiro tempo. Tite conseguiu consertar problemas no intervalo e o time venceu por 2 a 0, mas os números corroboram com a opinião: 236 passes (85% acerto), 24 bolas longas e 35% de posse.

O último clássico com o Fluminense também é exemplo, já que o time novamente trocou 242 passes e 28 bolas longas, médias muito acimas dos 412 passes e 19 lançamentos por jogo. No entanto, o técnico Tite confirmou que uma das estratégias era explorar os espaços da defesa rival e o time chegou a marcar em contra-ataque, mas foi anulado. O jogo terminou 0 a 0, e o Fla se classificou para final do Carioca.

Dessa forma o jornalista acredita que o problema não é se adaptar ao adversário, mas dar sinais que não consegue executar o plano original: “Os rubro-negros não realizaram bem o plano e têm tido obstáculos para construir desde a defesa sob pressão, dando ao jogo uma cara mais confortável para esta equipe.”

Viña e Léo Ortiz podem ser soluções para saída de bola do Flamengo

Por fim, Carlos Mansur aponta que Viña e Léo Ortiz podem fazem o Flamengo evoluir consideravelmente na saída de bola. Isso porque, enquanto Fabrício Bruno e Ayrton Lucas apresentam falhas no quesito, os dois novos reforços se destacam justamente pela qualidade técnica para organizar a construção.

No momento, os dois respeitam a hierarquia do elenco e ainda são reservas na equipe de Tite. O zagueiro, aliás, chegou durante as semifinais do Campeonato Carioca e sequer estrou. Mas os dois devem receber chances em breve, e há expectativa também da torcida pelo desempenho.

Fonte: Mundo Rubronegro

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