Existe uma piada, dessas bem estereotipadas e não muito engraçadas, envolvendo um português que, ao ver, alguns metros à sua frente, uma casca de banana, comenta para si mesmo “lá vou eu escorregar de novo”.
Há uma “graça” da coisa, baseada naquela visão preconceituosa de portugueses não serem tão inteligentes. Uma pessoa tão burra, que, mesmo sendo capaz de ver o problema diante dos olhos, não tem a inteligência necessária para evitá-lo.
E ainda que isso represente uma generalização pouco justa quanto ao povo lusitano, é inegável o que ela reflete. Com um alto grau de exatidão, o nível de inteligência e competência da diretoria rubro-negra neste ano de 2023.
Isso porque nunca antes, na história do Flamengo, um grupo de gestores se esforçou tanto para jogar, de maneira tão previsível, uma temporada no lixo.
Tudo começou pela demissão de Dorival Junior, o técnico que ganhou quase tudo em 2022, para contratar Vítor Pereira. Um cidadão que nunca havia vencido nada no Brasil. O argumento usado era de que o português teria um “teto mais alto”. Mas serviu apenas para que o português realizasse um trabalho ridículo e fosse rapidamente demitido.
Houve então a chegada de Sampaoli no Flamengo, no meio da temporada, a fim de realizar uma gestão que nunca demonstrou consistência e envolveu preparador físico dando cotovelada em jogador e goleadas sofridas para times de meio de tabela.
Somando a isso a venda de João Gomes sem peças para reposição e mais uma janela de reforços bizarra em que insistimos em nomes inviáveis e terminamos carentes nas mesmas posições de sempre, e você tem todos os sintomas de um clube ansioso por jogar a temporada no lixo.
E foi isso que aconteceu. A participação vergonhosa no Mundial Interclubes. A incapacidade de vencer um mísero Carioca. O desempenho lamentável no Brasileirão. A eliminação constrangedora na Libertadores. O que temos não é acaso, mas sim as consequências de uma gestão de futebol que colocou lado a lado prepotência e incompetência.
Porque Landim, Marcos Braz e companhia deixaram claro, mais uma vez, que não entendem nada de futebol. Seja pela incapacidade de escolher um bom técnico – ou manter um, quanto contratam por acaso – a dificuldade para reconhecer os pontos fracos da equipe, ou mesmo a total incapacidade de realizar qualquer nível de autocrítica, a atual diretoria rubro-negra se mostra absolutamente perdida, o que se reflete em campo numa equipe omissa, irregular e que vive de lampejos.
E o mais triste, até do que a eliminação vexatória para o Olímpia nessa noite de quinta-feira (10), é a sensação de que nada vai mudar. Porque Landim não vai demitir Marcos Braz. Assim como Marcos Braz não vai admitir que errou. E, se muito, vamos ver a demissão de Sampaoli, para que chegue mais um técnico aleatório. Daqueles, aliás, cujo nome se escolheu usando a roleta do Bom Dia & Companhia.
Porque enquanto essa atual diretoria comandar o Flamengo estamos sim fadados a ver, a quilômetros e quilômetros de distância, uma casca de banana e apenas respirar fundo sabendo que, muito provavelmente, lá vamos nós escorregar de novo.
Siga João Luis Jr no Medium.
Fonte: Mundo Rubronegro