Flamengo no Gasômetro: saiba quanto custaram 10 estádios construídos neste século no Brasil

O Flamengo vai iniciar um dos capítulos mais importantes da sua história de quase 130 anos. O clube quer ter um estádio para até 80 mil pessoas pronto em até cinco anos. Para isso, estima gastar entre R$ 1.5 bilhão e R$ 2 bilhões. A desapropriação do terreno de 88 mil metros quadrados, onde ficava o antigo Gasômetro, foi apenas o primeiro passo em uma longa jornada.

Nesta matéria especial, o Mundo Rubro Negro vai resgatar o custo e o processo de construção de dez estádios construídos recentemente no Brasil. De norte a sul do país, dinheiro público e dinheiro privado custeou reformas dramáticas e construções do zero de novas praças esportivas.

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Arena da Amazônia (Manaus – AM)

Proprietário: Governo do Estado do Amazonas – Custo: R$ 623 milhões (25% Governo do Amazonas, 75% BNDES) – Capacidade: 44 mil pessoas – Construção: 4 anos (2010 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 14 mil

Uma das arenas construídas para a Copa do Mundo 2014, no Brasil, a Arena da Amazônia era um das maiores candidatas a elefante branco após o Mundial. Manaus não tinha times grandes e a escolha da capital do Amazonas como sede ao invés de Belém, casa de Remo e Paysandu, causou muita surpresa. Manaus até ganhou dois times novos, o Amazonas FC e o Manaus FC, mas a arena segue com média de público de menos de 10 mil pessoas.

Arena das Dunas (São Luiz -MA)

Proprietário: Governo do Estado do Maranhão (OAS Administra) – Custo: R$ 423 milhões (100% Governo do Maranhão) – Capacidade: 32 mil pessoas – Construção: 2 anos e meio (2011 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 13 mil

Viabilizada via uma parceria público-privada (PPP), a Arena das Dunas foi mais um estádio construído para a Copa do Mundo 2014. Assim como as arenas da Amazônia e do Pantanal, o estádio em São Luiz não respeitou o tamanho do futebol local. Natal, por exemplo, seria uma escolha muito mais coerente, pois a capital do Rio Grandedo Norte tem dois times de massa, ABC e América. Além disso, a construção foi marcada por casos de corrupção.

Arena do Pantanal (Cuiabá – MT)

Proprietário: Governo do Estado do Mato Grosso – Custo: R$ 646 milhões (50% Governo do Mato Grosso, 50% BNDES) – Capacidade: 44 mil pessoas – Construção: 4 anos (2010 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 14 mil

A imprensa do Mato Grosso afirma com certeza que nenhum centavo de dinheiro privado foi usado para construir a arena com inspiração nos estádios ingleses no coração de Cuiabá. Candidata a elefante branco em um estado sem grandes times, a Arena do Pantanal virou palco do bravo time com o mesmo nome da cidade, que subiu para a série A do Brasileirão em 2021 e jamais caiu.

Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata – PE)

Proprietário: Governo do Estado do Pernambuco – Custo: R$ 532 milhões (100% Governo do Pernambuco) – Capacidade: 44 mil pessoas – Construção: 3 anos (2010 – 2013) – Custo por pessoa: R$ 12 mil

Distante 20 km do centro do Recife, a Arena do Pernambuco é o verdadeiro elefante branco da Copa do Mundo 2014. Nenhum dos três times da capital pernambucana gosta de jogar lá. Após construída, foi cedida em concessão à Odebrecht, mas a construtora desistiu da concessão em 2016 (como fez com o Maracanã). Hoje é vista como um estorvo e usada apenas em jogos da Seleção e quando Sport, Náutico ou Santa Cruz não podem jogar em seus campos.

Allianz Parque (São Paulo -SP)

Proprietário: Sociedade Esportiva Palmeiras (W Torre Administra por 30 anos) – Custo: R$ 630 milhões (100% W Torre) – Capacidade: 43 mil pessoas – Construção: 4 anos (2010 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 14 mil

Considerado o melhor acordo entre clube e construtora para a viabilização de um estádio, o Allianz Parque levou quatro anos para virar realidade. O Palmeiras não desembolsou nenhum centavo para transformar o velho Palestra Itália em uma arena multiúso que rende dinheiro não apenas em jogos, mas também com shows, eventos e várias ativações. O relacionamento com a W Torre é tumultuado e tem dívida milionária na justiça, mas em 2044 o estádio será 100% do clube paulista.

Neo Química Arena (São Paulo -SP)

Proprietário: Sport Club Corinthians Paulista – Custo: R$ 1.1 bilhão (100% Corinthians, mas com isenção fiscal da Prefeitura de SP e empréstimo da Caixa Econômica Federal) – Capacidade: 47 mil pessoas – Construção: 3 anos (2011 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 23 mil

O tão sonhado estádio do Corinthians saiu para ser o palco da abertura da Copa do Mundo 2014. Após preterir o Morumbi, a FIFA e o Governo Federal fizeram força para que o alvinegro tivesse finalmente o seu campo, no bairro de Itaquera, zona oeste de São Paulo. O que saiu foi um estádio luxuoso, com piso de mármore e uma dívida bilionária que pesa demais nas contas do Corinthians.

Maracanã (Rio de Janeiro -RJ)

Proprietário: Governo do Estado do Rio de Janeiro (Flamengo e Fluminense administram) – Custo: R$ 1.5 bilhão (100% Governo do Estado do Rio de Janeiro) – Capacidade: 78 mil pessoas – Construção: 2 anos (2012 – 2014) – Custo por pessoa: R$ 19 mil

Construído para a Copa do Mundo de 1950, o Maracanã foi quase que completamente demolido e reconstruído entre 2012 e 2014, para a segunda Copa do Mundo no Brasil. A mais polêmica das obras para o Mundial destruiu praticamente o estádio antigo para a construção de uma arena sem alma. Os escândalos de corrupção foram incessantes e até o governador do Rio, Sérgio Cabral, foi parar na cadeia. Hoje Flamengo e Fluminense administram o estádio e o tornaram minimamente rentável, mas ainda muito caro para operar.

Estádio Nilton Santos (Rio de Janeiro -RJ)

Proprietário: Prefeitura do Rio de Janeiro (Botafogo administra) – Custo: R$ 380 milhões (100% Prefeitura do Rio de Janeiro) – Capacidade: 46 mil pessoas – Construção: 4 anos (2003 – 2007) – Custo por pessoa: R$ 8 mil

O estádio no bairro do Engenho de Dentro já teve três nomes. Popularmente, é conhecido como Engenhão, mas já foi batizado João Havelange. Desde que o Botafogo assumiu, passou a se chamar Nilton Santos, ídolo do clube. Foi projetado para ser o coração dos jogos Pan Americanos 2007, na cidade maravilhosa. Está cedido ao alvinegro até 2051, com possibilidade de ampliação até 2071. O clube paga módicos R$ 36 mil por mês pelo direito de uso.

Arena do Grêmio (Porto Alegre -RS)

Proprietário: Grêmio de Football Porto-Alegrense (Administrado pelo Consórcio Arena Porto Alegre) – Custo: R$ 469 milhões (Grêmio e OAS dividiram os custos) – Capacidade: 55 mil pessoas – Construção: 2 anos (2010 – 2012) – Custo por pessoa: R$ 8 mil

Situada no bairro Humaitá, na zona norte de Porto Alegre, a Arena do Grêmio nasceu após o clube gaúcho perceber que o velho estádio olímpico, na Azenha, estava obsoleto. Foram dois anos de construção na mesma época que o Internacional reformava o Beira-Rio para a Copa do Mundo 2014. Ao contrário do Palmeiras, o Grêmio não tem um acordo tão bom com a construtora do estádio, no caso a OAS, e tenta retomar o controle. Em 2024, a Arena foi gravemente atingida pelas enchentes que assolaram a capital gaúcha.

Arena MRV (Belo Horizonte -MG)

Proprietário: Clube Atlético Mineiro – Custo: R$ 560 milhões (Atlético-MG através de empréstimos bancários) – Capacidade: 45 mil pessoas – Construção: 3 anos (2020 – 2023) – Custo por pessoa: R$ 12 mil

O estádio do Atlético-MG é o filho caçula na família das arenas quadradas com dois andares de arquibancadas, que inclui também o Allianz Parque e a Arena do Grêmio. O clube mineiro financiou sua construção nos bancos da família Menin, hoje dona da SAF do Atlético-MG. Especialistas afirmam que apesar de ter sido projetado para ser um caldeirão, a arena localizada na zona oeste da capital mineira tem problemas de acústica e pontos cegos nas arquibancadas.

Fonte: Mundo Rubronegro

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