O últimos dos três confrontos recentes entre Flamengo e Palmeiras, no curto intervalo de dez dias, teve uma amostragem diferente dos duelos pela Copa do Brasil, nos quais os mandantes tiveram uma atuação mais dominante. O empate por 1 a 1, no Maracanã, reviveu questionamentos sobre a capacidade do grupo e um sinal de alerta para a sequência desgastante de jogos.
O Mengão fez uma boa partida, principalmente na primeira etapa, na qual o goleiro adversário foi destaque por defesas difíceis. Contudo, a série de jogos em pouco espaço de tempo parece ter cobrado o físico do time, que oscilou bastante na marcação pressão no ataque, que foi determinante para a atuação dominante na vitória por 2 a 0 na Copa do Brasil, contra o mesmo Palmeiras.
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Outro fator que não é habitual na essência rubro-negra, principalmente no Maracanã lotado, foi a dificuldade do Flamengo em se sobrepor nas ações ofensivas. O gol de Arrascaeta acontece numa das poucas oportunidades em que o Mengão teve na segunda etapa. O time adversário conseguiu encaixar a marcação na saída de bola do Fla, forçando passes longos e pouca posse.
Rubro-Negro terá que ir ao mercado para ter fôlego nas três principais competições
A grande maratona de jogos apresentou para o Flamengo, ao final da partida no último domingo, a consequência mais preocupante para o restante da temporada. O clube precisará ir ao mercado encorpar seu elenco, em busca de se manter vivo na Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro.
Com um orçamento bilionário, se espera que um clube deixe o mata-mata nacional como terceira opção. No entanto, o Flamengo usou força máxima nos confrontos contra o Palmeiras na Copa do Brasil. Com isso, o rendimento físico da equipe despencou no jogo de domingo.
Além disso, as lesões de Everton Cebolinha e Viña expuseram ainda mais a falta de peças para o Mais Querido se manter tranquilo na disputa das três competições e também como o desgaste físico impacta nos atletas. Outro quesito que agrava essa percepção é a ausência de segurança da comissão técnica nos jovens revelados pelas categorias de base do clube.
Escassez de peças de reposição e Gabigol cada vez mais próximo de um adeus
A ausência de mais um meia criativo tem sido um problema no Flamengo há tempos. Com a ascensão de Lorran no período da Copa América, existiu um leve sinal de que Arrascaeta, finalmente, teria um substituto. No entanto, a joia rubro-negra acabou oscilando e perdendo espaço.
De La Cruz também atuou pela posição, mas mexer em sua zona de atuação é abrir uma lacuna muito complicada de ser preenchida à altura. Allan foi testado, mas tem características distintas e não vive bom momento. A opção mais comum é deslocar Gerson da ponta para o meio, o que gera uma lacuna para os lados de ataque.
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Everton Cebolinha, Luiz Araújo e Bruno Henrique são os três atacantes mais habituados em atuar pelos lados. No entanto, o Camisa 11 só deve voltar a atuar em 2025 e BH tem sofrido com lesões. O Mengão começou o ano com dois laterais para cada lado defensivo. No entanto, com a lesão de Viña, e uma possível venda de Wesley, os dois lados sofrerão demais com a ausência de peças.
E mais um setor que preocupa é o ataque. Pedro não conta com substitutos que cheguem perto do seu atual desempenho no momento. Gabigol não apresenta as melhores condições há meses e tem visto seus últimos dias com o Manto Sagrado se aproximarem. Carlinhos é o substituto natural, mas não tem demonstrado que, tecnicamente, esteja no nível de um clube com as ambições do Flamengo.
O Mengão tem uma gama de jogadores estrelados, de alto nível, mas para aguentar a exigência do calendário brasileiro é preciso ter mais peças e de nível similar. Só assim há possibilidade de brigar por tudo com capacidade. Os desafios dentro e fora de campo estão sendo igualmente desafiadores para o único clube do G4 vivo em todas as competições.
Fonte: Mundo Rubronegro