Denúncia contra o Atlético-MG pode interditar a Arena MRV

O Atlético-MG será denunciado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelas cenas de violência e caos na Arena MRV durante a final da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo. Torcedores do time da casa arremessaram bombas e outros objetos em direção aos jogadores e tentaram invadir o campo. Procuradoria do tribunal vai pedir a intervenção do estádio.

A denúncia terá como base os artigos 211 e 213 do código brasileiro de justiça desportiva (CBJD). Além disso, a Procuradoria vai protocolar uma Medida Inominada para interdição da Arena MRV até o julgamento.

O artigo 2011 prevê multa de até R$ 100 mil e interdição de estádio para o clube que “deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização”.

Já a denúncia no artigo 213 vai analisar se houve falha do Atlético em “tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto, invasão do campo e lançamento de objetos no campo”.

As denúncias devem ser protocoladas ainda nesta segunda-feira (11). O primeiro caso será justamente a Medida Inominada para interdição da Arena MRV. O responsável será o presidente do tribunal, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, que também vai avaliar se aceita ou não as acusações.

A procuraria aguardava apenas a súmula do árbitro Raphael Claus. No documento, o juiz relatou os arremessos de bombas e mais objetos, “ostensiva” tentativa de invasão e laser no rosto de Rossi. Confira:

Súmula de Atlético-MG x Flamengo

  • Laser no rosto de Rossi: “Informo que durante a partida aos 12 minutos e aos 50 minutos foi colocado um laser no rosto do goleiro visitante. Vindo da arquibancada onde estava a torcida mandante.”
  • Bombas lançadas na direção dos jogadores do Flamengo: “Foram arremessadas bombas no gramado explodindo próximo dos jogadores aos 9 minutos, 49 minutos, 50 minutos e 52 minutos, vindas da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante.”
  • Copos plásticos: “Foram arremessadas bombas no gramado explodindo próximo dos jogadores aos 9 minutos, 49 minutos, 50 minutos e 52 minutos, vindas da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante.”
  • Paralisação após o gol: “Após o gol da equipe visitante, durante a comemoração, foram arremessados diversos objetos no campo de jogo vindo da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante, na direção dos jogadores que estavam comemorando e também na direção da área técnica da equipe visitante. Nesse momento, a partida ficou paralisada por 7 minutos.”
  • Invasões de campo: “Informo também que nesse momento de paralisação um torcedor da equipe mandante invadiu o campo de jogo sendo contido e retirado pelos seguranças.”/ “Momentos antes do início da premiação houve uma tentativa de invasão por parte de torcedores da equipe mandante de forma ostensiva, sendo contida pela segurança privada e posteriormente com o auxílio da polícia militar, que inclusive utilizou bombas de efeito moral para conter a referida tentativa”.”
  • Fotógrafo atingido por bomba passou de cirurgia

    Um dos explosivos arremessados pela torcida do Atlético-MG atingiu o fotógrafo Nuremberg José Maria. O profissional sofreu fratura em três dedos, cortes e ruptura de tendões do pé. Segundo a Associação os Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais (ARFOC-MG), ele passou por cirurgia no Hospital João XXIII.

    Em nota, a associação reforçou que a Arena MRV não possui os procedimentos necessários para garantir a segurança dos profissionais no estádio. Algo que ficou claro em todos os momentos da final da Copa do Brasil. Ainda mais na situação de Nuremberg, que precisou da ajuda de torcedores para deixar o local.

    “A ARFOC-MG já relatou problemas dessa natureza à administração da Arena MRV, onde houve acordo por medidas de segurança. Contudo, se estas foram de fato adotadas, demonstraram-se insuficientes”, diz trecho da nota.

    Torcedor do Atlético-MG preso por racismo na Arena MRV

    Mais um dos muitos casos lamentáveis que ocorreram no estádio do Atlético-MG foi ato racista de atleticano que estava nos camarotes contra torcedores do mesmo clube. A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou a prisão nesta segunda-feira (11). Não se sabe a identidade do homem, mas o jornalista Alecsander Heinrick registrou o momento.

    Leia a nota do Atlético-MG

    A respeito dos incidentes ocorridos na Arena MRV durante a disputa da final da Copa Do Brasil o Atlético vai colaborar com as autoridades para identificar os infratores e tomará medidas enérgicas para que os fatos não se repitam no futuro.

    Fonte: Mundo Rubronegro

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