Carlos Miguel cresceu (e muito) com Vinicius Jr. no Flamengo e quase parou no basquete antes de brilhar no Corinthians

Desde 2021 no Parque São Jorge, o gigante de 2,04m conviveu com uma tragédia na infância: perdeu o pai, José Cláudio (ex-goleiro do Botafogo nos anos 70), assassinado junto com a mãe quando tinha apenas sete anos.

Criado pela avó paterna e pelas tias em Rio das Ostras-RJ, o garoto teve o esporte como a principal paixão. Por causa da altura, ele jogava basquete por hobby – chegou a disputar torneios amadores na região – e atuava ao mesmo tempo como goleiro.

Na adolescência, foi tentar a sorte em testes em clubes como Bonsucesso-RJ e Boavista-RJ até receber a ajuda de Laudson Júnior para chegar ao Flamengo em 2015.

“Chamaram o Carlos para o Flamengo quando o viram jogando só por causa da altura. O Júnior cuidou da carreira do Carlos no começo e depois virou um amigo pessoal dele”, disse Vinicius Vargas, amigo e assessor pessoal do jogador, ao ESPN.com.br.

Aprovado em uma peneira, o arqueiro ficou um ano no clube rubro-negro e fez parte da mesma geração do atacante Vinicius Jr., hoje estrela do Real Madrid. Em 2016, sentiu que não teria muitas chances, resolver fazer um teste no Internacional e passou.

“Ele ia de van para o treino junto com o Vini. Quando ia assinar o primeiro contrato profissional, o Carlos foi dispensado do Flamengo”, contou Vinicius.

Nos primeiros anos, precisou trabalhar para evoluir os fundamentos porque era visto como um goleiro ainda bastante cru na base colorada. A persistência deu resultado. O goleiro foi destaque na Copa São Paulo de 2018, quando o time chegou até a semifinal.

“O preparador de goleiros Leonardo Martins, que está hoje no profissional, lapidou ele e o Alisson na base. Ele colocou o olho, viu que tinha potencial e fez ele virar goleiro. O Leozão me disse que o Carlos seria padrão Europa e seleção brasileira”, contou.

Apesar de ser promovido para o elenco profissional, ele nunca fez uma partida pelo time principal – atuou apenas pelo Inter B. Por isso, foi emprestado para Santa Cruz-PE e Boa Esporte-MG, no qual jogou o Campeonato Mineiro.

Carlos ficou até o final de 2020 no Internacional, mas, após não chegar a um acordo para renovar o contrato, saiu do Beira-Rio e assinou com o Corinthians.

“Tinham outros clubes da Série A do Brasileiro interessados, mas o presidente do Corinthians ligou pessoalmente para fechar a contratação”.

Desde que chegou ao Corinthians, Gilmar Veloz (responsável pela carreira de Tite e cuidou de Alexandre Pato) virou empresário do goleiro.

Depois de ficar um ano apenas treinando, Carlos estreou pelo Timão na vitória fora de casa por 2 a 1 contra o Atlético-MG, pela 19ª rodada do Brasileirão de 2022. Ele jogou mais uma partida no ano passado.

Neste ano, o arqueiro passou a ter mais oportunidades. Disputou partidas no Paulistão, na Libertadores e foi titular nos últimos dois jogos da Sul-Americana. Com o destaque, virou homem de confiança do técnico Vanderlei Luxemburgo.

“O Cássio é um excelente goleiro, tem idade ainda para poder caminhar, mas o importante é que o Corinthians já achou um substituto para ele. É só ele ter paciência, não sair do Corinthians para ir a outro lugar, paciência para esperar o momento dele. Até mesmo porque o Cássio é um baita ser humano, os dois são ótimos goleiros. O Corinthians está se preparando para a despedida do Cássio. O clube tem aqui um goleiro preparado, jovem, que vai ter grande longevidade no clube. Tem potencial para ser um goleiro de altíssimo nível. Carlos Miguel é jovem e tem todo um futuro pelo clube”, disse o treinador.

Aos 24 anos, Carlos renovou contrato com o Timão até o fim de 2025. Até o momento, ele está invicto: em oito jogos, são seis vitórias e dois empates, com apenas dois gols sofridos.

Fonte: ESPN

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