Carlos Alcaraz no Flamengo é o Renato Augusto no Corinthians de 2015

Aqui vai minha visão de como o Flamengo pode encaixar com a vinda de Carlos Alcaraz com aconteceu com Renato Augusto no Corinthians em 2015.

Em um momento onde a temporada se afunila e Tite precisa de afirmação, a chegada de Alcaraz pode dar ao técnico, não só material humano, mas também a possibilidade de emular parte do que é, na minha opinião, seu melhor trabalho em clubes, aquele Corinthians de 2015. Mas como?

O objetivo do texto não é fazer uma comparação entre atletas, mas como Tite poderia cortar um grande caminho para fazer esse Flamengo mais competitivo e vencedor bebendo de sua própria fonte. Porém, antes vamos entender algumas premissas:

Vontade de Alcaraz foi essencial para vinda ao Flamengo

Primeiramente, como eu cheguei a essa conclusão sobre Alcaraz ser no Flamengo o que foi Renato Augusto do Corinthians de 2015? Pra quem não se lembra, assim como Alcaraz é hoje, Renato Augusto era meia quando surgiu no Flamengo em 2005.

Assim como Alcaraz hoje, Renato foi pra Europa e foi testado taticamente em outras funções e posições, tornando-se um jogador mais completo e compatível com outros técnicos e seus estilos de jogo.

Por que o paralelo com o Corinthians de 2015?

No Corinthians de 2015, Tite utilizou uma formação 4-2-3-1 ou sua variação, 4-1-4-1, com Renato Augusto e Jadson desempenhando papéis fundamentais no meio-campo. Renato Augusto era o “motor” do time, participando ativamente tanto na defesa quanto no ataque, uma função que Alcaraz pode assumir no Flamengo.

Contexto tático

Naquele Corinthians, a linha de quatro no meio-campo era essencial tanto na fase defensiva quanto ofensiva. O meio tinha Ralf, Jadson, Elias e Renato Augusto. Este último desempenhava papel crucial nessa linha, sendo o principal articulador de jogadas e conectando defesa e ataque de maneira fluida.

Construção de Jogo

Renato Augusto era o cérebro do time na construção das jogadas. Sua visão de jogo, precisão nos passes e capacidade de segurar a bola sob pressão permitiam ao Corinthians dominar a posse e ditar o ritmo da partida. Ele frequentemente buscava tabelas com os laterais e atacantes, criando superioridade numérica nos flancos e abrindo espaços na defesa adversária.

Participação Defensiva

Apesar de ser um meia ofensivo, Renato Augusto também era fundamental na recomposição defensiva. Ele ajudava a formar uma linha compacta de quatro jogadores no meio-campo quando o time perdia a posse, fechando espaços e pressionando o adversário para recuperar a bola rapidamente.

E Carlos Alcaraz?

Tá, mas isso é passado e o futebol mudou (já faz quase 10 anos). Me fala de como o Tite pode utilizar o Alcaraz hoje? É pra já!

Alcaraz, com sua energia e capacidade de atuar de área a área, pode desempenhar um papel semelhante, sendo um articulador que também auxilia no momento defensivo. E como seria isso na prática?

Aqui vão meus principais palpites e expectativas baseados nas características de Carlos Alcaraz. Para quem não acompanhou a carreira do atleta no Racing, Southampton ou Juventus. As citações sobre a forma de atuar de Renato Augusto vêm bem a calhar. Se liga:

Visão e passe

Assim como Renato Augusto, Alcaraz pode ser o jogador que dita o ritmo do time. Sua capacidade de distribuição de passes curtos e longos permite ao Flamengo manter a posse e circular a bola com eficiência.

Ele pode trabalhar em conjunto com os laterais e extremos para criar jogadas pelas laterais, essencial no estilo de Tite, que valoriza a largura do campo.

Transição ofensiva

Alcaraz será fundamental na transição da defesa para o ataque, utilizando sua energia e habilidade técnica para conduzir a bola e distribuir passes decisivos. Ele poderatuar como um facilitador, criando chances para os atacantes e abrindo espaços na defesa adversária.

Cobertura

Ele também pode ajudar na cobertura dos espaços deixados pelos laterais quando esses avançam ao ataque, similar ao que Renato Augusto fazia, garantindo que o Flamengo mantenha a estrutura defensiva sólida.

Meio-campista “Box-to-Box”

Alcaraz é ideal para atuar como um meio-campista “box-to-box”, com liberdade para explorar espaços no ataque, mas também com a responsabilidade de participar da defesa. Sua presença física e capacidade de transição rápida encaixam bem no estilo de jogo que Tite implementa.

Alternância com Gerson

Alcaraz pode alternar com Gerson no apoio ao ataque, enquanto o outro mantém a compostura defensiva. Essa dinâmica permitiria ao Flamengo manter o controle do meio-campo, algo que é crucial no esquema tático de Tite.

Elemento surpresa

Alcaraz pode ser o jogador que chega de trás para finalizar as jogadas, aproveitando os espaços criados pelos atacantes e meias mais avançados.

Pressão pós-perda

Sob o comando de Tite, Alcaraz seria fundamental na pressão pós-perda, ajudando a recuperar a bola rapidamente, um aspecto crucial no jogo de Tite, que valoriza a compactação e a pressão imediata após perder a posse.

Tite pode utilizar Carlos Alcaraz como uma peça central no meio-campo do Flamengo, explorando sua versatilidade, juventude e capacidade de cumprir múltiplas funções.

Seja como um meio-campista “box-to-box” ou um elemento surpresa no ataque, Alcaraz se encaixa bem no sistema de Tite, com paralelos claros ao que foi visto no Corinthians de 2015. Sua adaptação ao estilo do técnico do Flamengo depende de manter um equilíbrio entre suas responsabilidades defensivas e a liberdade para avançar ao ataque.

Espero que tenham gostado. Acompanhe nosso trabalho lá no Mundo na Bola onde fazemos análises de jogadores em vídeo.

Fonte: Mundo Rubronegro

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