Arábia Saudita, momento de Victor Hugo no Flamengo e Filipe Luís: Mario Jorge fala com exclusividade ao MRN

O técnico Mario Jorge deixou as categorias de base do Flamengo depois de oito anos e muitos títulos para assumir a Seleção Sub-17 da Arábia Saudita. Já no país asiático com a missão também de ajudar a desenvolver o futebol no país, o treinador conversou com o MRN sobre o novo desafio, falou sobre atual momento dos Garotos do Ninho no time principal e trabalho de Filipe Luís.

A começar com seus primeiros treinamentos com os jovens da Arábia Saudita na última semana e os objetivos nesse início de trabalho. Mario elogia a qualidade dos atletas e, com a experiência que adquiriu no Flamengo, foca em implementar sua ideias de jogo. O primeiro objetivo é que time já apresente padrão ao estrear na WAFF Cup. Ele comandará mais dois períodos de treinamento antes do torneio.

“A intenção é trazer esse trabalho competitivo que fizemos ao longo dos anos no clube para uma esfera maior. Agora numa seleção. O maior desafio desse início é fazer um raio-x e um diagnóstico rápido, pois não teremos muito tempo para a primeira competição. E se tornar competitivo é ter a capacidade de ter comportamentos positivos, que virem hábito o mais rápido possível. Os atletas são técnicos e a primeira impressão foi muito boa. Agora é implementar nossa forma de jogar e filosofia de trabalho”, disse, antes de comentar que já viu resultado no trabalho:

“A primeira competição já está batendo na porta e construir uma identidade leva tempo. Mas os primeiros contatos foram ótimos. No final do primeiro período de trabalho já consegui ver algo que passamos para os atleta acontecendo. Foi muito satisfatório. Espero que consigamos avançar nesses dois próximos períodos de convocação e ajustar mais ainda para esse primeiro momento.”

A federações esportivas da Arábia Saudita indicam entender que nada vale o investimento em muitos craques mundiais se o futebol local não evoluir. Além de contratar nomes como Cristiano Ronaldo e Neymar, a chegada de técnicos como Mario Jorge mostra a preocupação com evoluir a formação de atletas.

As apostas para os novos comandos técnicos tem, além do ex-Flamengo, o argentino Michel Salgado na Seleção Sub-15, por exemplo. Mario Jorge, portanto, destaca mais uma vez como as primeiras competições e a Copa da Ásia Sub-17 de 2025, que será sediada na Arábia Saudita, são importantes para o objetivo de colocar a categoria novamente em uma Copa do Mundo.

“Nós temos metas curtas, médias e longas para executar. A primeira agora é gerar um ambiente competitivo e leal onde todos possam lutar pela vaga na equipe e nas competições. Buscar ter um bom resultado nessa primeira competição é fundamental para essa construção. A médio prazo é construir uma equipe de trabalho consistente e que saiba da responsabilidade de representar um país que não vai para a Copa do Mundo há 35 anos. E a longo prazo nos classificar para a Copa do Mundo e voltar a ser uma das equipes mais importantes do Oriente Médio, dando sequência na construção dessa identidade.”

Momento de Victor Hugo, Matheus Gonçalves e Lorran

Mario Jorge comandou e foi campeão na base com muitos dos jovens que hoje estão no profissional do Flamengo. Questionamos o treinador sobre três meias em especial: Victor Hugo, Matheus Gonçalves e Lorran. Os dois primeiros com pouco espaço no time e o último que estava em crescente, mas deixou de ser relacionado após vaias no Maracanã.

Destaque em anos anteriores, Victor certamente é o que vive o momento de maior oscilação. O jovem foi testado em diferentes posições, mas não apresentou mesmo nível que mostrou no passado e também sofreu algumas críticas. Ele tem 20 jogos no ano, mas somente 359 minutos (18′ p/j) e não saiu do banco nos últimos quatro jogos.

“A polivalência é uma arma a favor de qualquer atleta. Se ele souber atuar em mais de uma posição e exercer mais de uma função ele estará na frente de outros, na minha opinião. O atleta precisa estar atuando, mas como se fazer isso com um elenco igual ao Flamengo eu não sei te responder”, iniciou.

No Flamengo, Mario Jorge foi campeão do Brasileiro sub-17 com Victor Hugo e Matheus Gonçalves, em 2021, e de Brasileiro e Libertadores Sub-20 com Lorran entre 2023 e 2024. Ele pede mais paciência com três meio-campistas, todos que ainda possuem idade de sub-20, mas já disputam posição em profissional estrelado do Mengão.

“Você citou 3 camisas 10 formados no clube e que precisam de paciência para poder render aquilo que fizeram chamar atenção do profissional e da Seleção Brasileira, já que os 3 tem passagem por lá. Temos que ter paciência com nossos talentos, cuidar deles. E não estou falando somente do Flamengo, mas sim do futebol brasileiro em geral”, disse, e complementa citando feitos de Victor:

“Victor Hugo tem idade de sub 20 e estava na final da libertadores 2022, sendo que no início desse mesmo ano (2022) ele estava jogando a Copa São Paulo. Ainda achamos que os atletas de futebol são super heróis. Eles são seres humanos comuns, que têm sentimentos e vão passar por momentos de oscilação. Agora, se existem preferência por um ou por outro, isso é do treinador.”

Trabalho de Filipe Luís

Mario Jorge não chegou a comandar Filipe Luís em um jogo oficial quando assumiu o Flamengo em momento de transições de trabalho em 2023. Mas treinou o lateral-esquerdo no Ninho do Urubu e o teve no banco de reservas. Posteriormente, conviveu um pouco durante o início do ídolo como treinador do sub-17 e, hoje, deseja que consiga trabalho bom trabalho no sub-20.

“Espero que consiga desenvolver um grande trabalho no clube. Nossos contatos foram muito breves. No primeiro momento entre os profissionais ele estava lesionado e já no segundo participou efetivamente. Nossas trocas no dia a dia sempre foram muito boas. Espero que os meninos desfrutem da presença e da experiência dele. Ele tem muito a agregar a carreira desses meninos”, finalizou o técnico da Arábia Saudita Sub-17.

Fonte: Mundo Rubronegro

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