Adversário do Flamengo na final do Carioca, agora como coordenador do Nova Iguaçu, Andrezinho foi revelado pelo Mengão. Mas quem o descobriu foi Rondinelli, ídolo do Mengão. No Charla Podcast, com Beto Júnior, que vai integrar a Fla TV, Andrezinho comentou como foi descoberto pelo craque.

“Nasci em Campinas, mas meus pais foram para São José do Rio Pardo, Sul de Minas. 50 mil habitantes. Lá, Deus colocou um cara, Rondinelli, Deus da Raça. Ele que me trouxe para o Rio. Foi o culpado de eu estar aqui. Com nove anos eu vim para o Rio. Sou o cara mais novo a entrar me uma concentração. Posso entrar até no Guiness (book). Com nove anos, sem pai, sem mãe, no morro da viúva. Ficavam os jogadores da base que moravam fora do Rio”, lembra.

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O mais novo na concentração, depois de Andrezinho, segundo o ex-jogador, tinha 13 anos.

“Jogador mais novo. Depois de mim, com 13 anos. Eu com nove. Rondinelli, maluco. Mais malucos, são meu pai e minha mãe. Eu morava na periferia de São José do Rio Pardo. Minha mãe, doméstica, e meu pai, pedreiro. Não tinha condições. O Rondinelli tinha uma escolinha do Flamengo, que existe até hoje, em São José. Saíram vários jogadores de lá. Matheus Ferraz, do Fluminense, é de lá”, conta, antes de lembrar as dificuldades:

“Chega a noite, cadê tua mãe para te cobrir? Aí eu chorava. Você chega no Rio de Janeiro, vê Cristo, pão de açúcar. Estou no paraíso, né? Mas faltava a família do lado. Eu estudava em frente a Gávea”.

Rondinelli ditou ritmo da vida de Andrezinho

Andrezinho conta ainda que Rondinelli deu todos os passos para que ele, ainda criança, seguisse. Além dos estudos, Andrezinho precisava ajudar na escolinha.

“Comecei com seis anos na escolinha, Rondinelli falou: ‘Você vai estudar de manhã, não vou deixar você na rua. Você vem para a escolinha, ajudar, molhar campo, pegar bola, jantar. Só vai para casa a noite. Dorme, vai para a escola de manhã e volta para cá’. Foi uma forma de tirar da rua, das amizades (ruins). Me apadrinhou. Ele foi meu pai”, revela.

Rondinelli não esperou muito tempo para levar Andrezinho ao Flamengo, e ex-jogador brinca com a situação.

“Com oito anos, ele falou: ‘Ficar um pouco mais velho, vou te levar para o Rio de Janeiro. Você vai jogar no Flamengo’. Eu sei lá o que era Rio de Janeiro, Flamengo. Eu queria jogar. Fiz nove anos, foi uma burocracia. Juizado de menores teve que assinar, de São Paulo, do Rio. Assistente social, meus pais passaram por um questionário. Pensei, será que eles estão achando um Neymar da vida? Vale a pena esse sacrifício?”, brinca.

Fonte: Mundo Rubronegro

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