Eleições no Flamengo: bancada feminina faz exigências aos candidatos

Com a proximidade das eleições, a Bancada Feminina do Flamengo emitiu carta direcionada para todos os candidatos à presidência. Formado por conselheiras e sócios do Mais Querido, o grupo elaborou propostas e faz revindicações visando maior diversidade no clube, importância ao esporte feminino e mais.

Atualmente o Flamengo possui aproximadamente 4% de mulheres no quadro de conselheiros, que no total são cerca 2.400. Ou seja, 96 conselheiras mulheres e mais de 2.300 homens. No quadro de sócios a participação feminina é de 10%. Uma das exigências é justamente aumentar a participação de mulheres.

Alguns destaques estão para o incentivo ao esporte feminino. Que vai desde incluir o futebol feminino na Vice-Presidência de Futebol, aumentar a captação de jovens atletas e políticas específicas para apoiar atletas que são mães. Mas há também pedidos para maior participação nos Conselhos e maior atenção do Marketing para ações voltadas exclusivamente para mulheres.

Vale lembrar que o Flamengo é o time de quase um quarto das mulheres que gostam de futebol no Brasil:  22,4% se declararam rubro-negras em pesquisa da Altas Intel deste ano. Além disso, hoje, a maior atleta do clube fora do futebol é Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica brasileira da história.

A carta é direcionada a todos os seis pré-candidatos à presidência do Flamengo, que ocorrerá no dia 9 de dezembro, e foi assinada por 10 integrantes da Bancada Feminina. São elas:

  • Andréia Campos Zubcov Grimaldi
  • Ivana Poato
  • Juliane Garcez Musacchio
  • Lorena Cayana Scussel
  • Maria Luiza Costa Martins
  • Marina Aparecida da Silva
  • Marion Konczyk Kaplan
  • Nicolle Mitchell Ribeiro da Silva
  • Paula Ferri Paixão
  • Rosalva Alves Pereira
  • Carta da Bancada Feminina do Flamengo para os candidatos à Presidência nas eleições de 2024

    As eleições no Flamengo acontecerão no dia 9 de dezembro, na sede social do clube, na Gávea, e a expectativa é que seja uma das mais disputadas dos últimos tempos. Rodrigo Dunshee, Luiz Eduardo Baptista e Maurício Gomes de Mattos são os três principais candidatos até o momento. Veja a carta da Bancada Feminina na íntegra:

    Nas últimas décadas, os avanços na sociedade brasileira, em prol da igualdade de gênero, são inegáveis. O machismo estrutural passou a ser questionado e desconstruído aos poucos, e mais mulheres foram conquistando cargos de liderança e protagonismo político em quase todos os setores.

    Contudo, os Clubes de Futebol ainda permanecem herméticos a estas mudanças. São raríssimas as mulheres ocupando posições de destaque. Ou seja, existe uma especificidade na misoginia inerente aos clubes brasileiros. Esta especificidade é devida principalmente ao Futebol, que subsiste como um lugar onde mulheres ainda são vistas frequentemente como intrusas, em um mundo pertencente aos homens.

    No intuito de transformar esse lastimável cenário, foi criada em 2022 a primeira Bancada Feminina do Flamengo, reunindo, conselheiras, sócias e atletas do Clube, em prol da inclusão e valorização das mulheres, buscando uma igualdade de gênero em um ambiente tão inóspito. São apenas 4% de conselheiras em um universo de 2400 conselheiros, e 10% de sócias no Clube.

    Portanto, é a primeira vez que a Bancada Feminina pôde se reunir, neste cenário eleitoral de 2024, se encontrar com os candidatos. E é a primeira vez que tem a possibilidade de contribuir com seus planos de governo.

    Propostas e revindicações

  • Propor a criação de programas de incentivo à participação feminina em diversas áreas do clube, incluindo gestão, esportes e eventos.
  • Promover a igualdade de gênero dentro do clube, com metas claras de aumento da participação de mulheres nos cargos de liderança e no conselho.
  • Estabelecer um conselho consultivo (ou reconhecer a bancada) composto(a) por mulheres para ajudar na criação de políticas e eventos que promovam a participação feminina no Flamengo, além de garantir uma representação mais ampla na tomada de decisões do clube.
  • Implementar políticas rigorosas de combate ao assédio e discriminação de gênero, com canais de denúncia efetivos, garantindo o sigilo, e ações educativas.
  • Criar planos de associação com benefícios exclusivos para mulheres, como descontos em produtos de interesse feminino, parcerias com academias, clínicas de saúde, ou eventos específicos voltados para o público feminino.
  • Lançar campanhas publicitárias específicas voltadas ao público feminino, destacando o papel das mulheres na história do Flamengo e a importância da participação feminina no clube.
  • Buscar parcerias com empresas que promovem a igualdade de gênero, associando a imagem do clube a de empresas com boas práticas de gênero.
  • Fortalecer o investimento no futebol feminino e em outras modalidades esportivas femininas, com foco em maior visibilidade, estrutura e remuneração justa para as atletas.
  • Inserir o Futebol Feminino profissional na pasta da Vice-Presidência de Futebol.
  • Desenvolver parcerias com escolas e universidades para identificar novos talentos femininos e ampliar as categorias de base para meninas.
  • Criar programas que incentivem a participação de meninas e mulheres em esportes, com ênfase nas comunidades menos favorecidas, utilizando o Flamengo como uma ferramenta de transformação social.
  • Estabelecer parcerias com ONGs e instituições focadas na proteção e desenvolvimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.
  • Garantir que o departamento médico do clube tenha especialistas em saúde da mulher e serviços voltados para atletas femininas, incluindo áreas como ginecologia e psicologia.
  • Criar programas de saúde mental e bem-estar específicos para atletas femininas, considerando as particularidades e os desafios que elas enfrentam.
  • Organizar eventos, workshops e palestras voltados para o público feminino, focados tanto no esporte quanto em outras áreas de interesse.
  • Criar espaços e serviços exclusivos para mulheres durante os jogos e eventos, como áreas seguras e de apoio para mães e crianças.
  • Implementar políticas de apoio às atletas que são mães, oferecendo estrutura adequada para que elas possam continuar suas carreiras esportivas durante e após a maternidade.
  • Desenvolver iniciativas para garantir que o clube seja um ambiente inclusivo e de suporte para mulheres em todas as fases da vida.
  • Fonte: Mundo Rubronegro

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