Conselho do Flamengo deve aprovar blindagem contra SAF

O Conselho Deliberativo do Flamengo deve aprovar nesta quarta (11) por ampla maioria a proposta de emenda ao estatuto que torna mais difícil a transformação do futebol do clube em SAF.

A emenda, elaborada pelos grupos de oposição Frente Flamengo Maior e Flamengo Sem Fronteiras, foi protocolada com a assinatura de 217 conselheiros, entre eles os candidatos à Presidência Maurício Gomes de Mattos (apoiado pelos dois grupos), Luiz Eduardo Baptista (Bap) e Wallim Vasconcellos.

Áudio: Landim defende SAF no Flamengo; ‘Fiz isso muitas vezes, ganhei dinheiro fazendo isso’

O MRN apurou, porém, que a maioria dos partidários do candidato da situação Rodrigo Dunshee de Abranches também é favorável à emenda. A expectativa, portanto, é de aprovação por ampla maioria, talvez até unanimidade.

A emenda surgiu como reação à defesa feita pelo presidente Rodolfo Landim da possibilidade de o Flamengo criar uma SAF para financiar a construção do seu estádio. Nos últimos meses, entretanto, Landim, diante da repercussão negativa, mudou o discurso, e agora diz que o estádio será construído sem a necessidade de criação da Sociedade Anônima de Futebol.

Na campanha, inclusive, os aliados de Dunshee e Bap acusam uns aos outros de serem os verdadeiros “pais” da ideia da SAF no clube, já que Bap promoveu um ciclo de palestras sobre o tema. Na semana passada, o GE revelou que o ex-vice-presidente de Finanças Claudio Pracownik produziu, em 2022, um estudo sobre a transformação do Flamengo em SAF.

Pracownik, que então trabalhava na consultoria Win The Game, diz que produziu o estudo por encomenda do clube, mas a gestão Landim nega que tenha pedido. No ato de lançamento de sua candidatura na segunda (9), Bap e seus partidários conclamaram a presença de seus aliados para votar a favor da emenda.

Enquanto isso, Maurício Gomes de Mattos destaca que sempre foi contrário à SAF. “Não sei quem é o pai da SAF, sei que não sou eu”, disse no lançamento de sua candidatura na semana passada.

Conheça os termos da emenda que regula o processo de criação de uma SAF

A emenda que será votada nesta quarta (11) torna mais difícil o processo de criação da SAF. Hoje, o estatuto não fala a respeito e, se uma SAF fosse proposta, ela poderia ser criada por maioria simples do Conselho Deliberativo.

A proposta de emenda da Frente Flamengo Maior e do Flamengo Sem Fronteiras cria um rito de aprovação que inclui uma votação no Conselho Deliberativo com quórum qualificado, seguida da necessidade de convocação de uma Assembleia Geral (o conjunto de todos os sócios do Flamengo com direito a voto) para ratificar a criação.

A emenda prevê que essa Assembleia Geral deve contar com quórum mínimo de 60% dos sócios com direito a voto. No último dia 31, a atual lista de membros aptos a participar da Assembleia Geral foi publicada com 6.124 sócios. Ou seja, hoje seriam necessários 3.675 sócios votantes para votar o tema, número muito maior do que os 2.011 que foram votar nas últimas eleições para presidente.

Para que a mudança seja aprovada, ao menos dois terços dos que forem votar devem votar a favor. Ou seja, se o quórum fosse o mínimo, seria necessária a aprovação de 2.450 sócios para aprovar a mudança.

Caso apesar de todas essas restrições os eventuais propositores da SAF conseguirem a aprovação, a emenda que será votada nesta quarta cria ainda uma restrição para desincentivar os dirigentes do clube a proporem a mudança: ela cria uma lei de quarentena que impede quem ocupe cargos na diretoria, remunerados ou não, nos três anos anteriores de assumir posições na SAF por seis anos.

Com isso, Landim, que teve seu nome anunciado como CEO em uma eventual gestão de Dunshee, não poderia ocupar o mesmo cargo em caso de criação da SAF.

A sessão do Conselho Deliberativo acontece a partir das 19h desta quarta. Se de fato aprovada, a emenda entra em vigor imediatamente.

Fonte: Mundo Rubronegro

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