Os Sete Troféus: a saga do maior clube de basquete do Brasil no NBB | Temporada 2012/13: o retorno triunfante do Mengão

O MRN preparou uma série de matérias sobre a história Flamengo no Novo Basquete Brasil (NBB), e este sábado (7) é o dia de relembrar o segundo título do Orgulho da Nação. A temporada de 2012/13 foi especial para o Mais Querido na liga de basquete nacional, um título marcado principalmente pela superação e raça de vestir o Manto Sagrado.

Em uma temporada que Marcelinho Machado ficou de fora por grave lesão e pôde “apenas” exercer papel de capitão, coube ao elenco e a um recém-chegado Marquinhos levar o Flamengo até mais um título. Foi o segundo troféu diante da torcida, em uma época marcada pelo time que voava em quadra e fazia questão de colocar o Mais Querido no topo.

Os Sete Troféus: a saga do maior clube de basquete do Brasil no NBB | Temporada 2008/09: o início do reinado

Fase de classificação

Domínio. Não há outra palavra para definir a primeira fase do FlaBasquete no NBB 2012/13. Após vencer seu primeiro título em 2008/09 e ver o rival Brasília ser campeão nacional por três anos consecutivos, o Orgulho da Nação deu um claro recado que estava de volta ao terminar a fase classificatória no topo.

Nessa edição o torneio passou por reformulação no regulamento e adotou modelo semelhante ao da NBA e por ligas europeias. Os 15 times passaram a ser 18, que jogaram entre si em turno e returno. Os quatro primeiros colocados conquistaram vaga direta nas quartas de final, enquanto do quinto ao 12º formaram eliminatória anterior. Sempre em cruzamento olímpico, ou seja, o time de melhor colocação enfrenta o pior classificado. 

30 vitórias em 34 partidas, 88,2% de aproveitamento, melhor ataque e segunda melhor defesa. Esses foram os números que configuraram a campanha dominante e a primeira posição do Mengão nessa fase. Como já era esperado, o rival Brasília foi o segundo colocado, mas com diferença de nove pontos percentuais para o Fla: 79% (27 vitórias e 7 derrotas).

Algumas vitórias rubro-negras exemplificam bem a diferença de nível do Flamengo para os outros times da competição. Como o triunfo por 102 a 88 sobre o próprio Brasília, na terceira rodada, ou as partidas de 31 pontos sobre Suzano (105 a 74) e 39 contra o Basquete Cearense (101 a 82).

Mas o jogo de maior destaque não foi um que deixou claro o poderio rubro-negro, e sim a partida que mostrou raça e poder de reação da equipe. O confronto em questão foi contra o Paulistano, na 32ª rodada da primeira fase. 

Paulistano 93 a 94 Flamengo: o melhor jogo da 1ª fase

Buscando sacramentar a primeira colocação geral com rodadas de antecedência, o FlaBasquete foi disputar duas partidas fora de casa na 31ª e 32ª rodada do NBB. O primeiro foi o Pinheiros, e a derrota por 93 a 91 impediu a comemorar a liderança. Foi então que a oportunidade passou para o duelo com o Paulistano, em que a equipe mostrou que disputaria as vitórias da maneira que fosse necessária. 

Paulistano e Flamengo realizaram um primeiro quarto movimentado e de grande pontuação. O período chegou ao fim com vantagem dos paulistas por 35 a 29. Ainda que intenso, o Fla precisava solucionar o baixo aproveitamento nos arremessos. 

Ainda que em São Paulo, a Nação marcou presença em bom número no ginásio Antônio Prado Júnior e mostrou sua força no segundo período. O triunfo na arquibancada sobre os torcedores da casa pareceu aumentar o ânimo dos jogadores. Com Marquinhos inspirado e boa entrada de Benite, que se recuperava de lesão, o time reduziu a diferença para seis pontos: 56 a 42 para o Paulistano no intervalo. 

Mas o retorno não foi bom para o Mais Querido. Foi novamente dominado pelo adversário, em quarto que a diferença chegou a ser de 15 pontos. A reação nos minutos finais ainda manteve a equipe viva, com 76 a 65 para o rival antes dos 10 minutos finais. 

E foi no último período que o Flamengo mostrou o motivo que era o líder do NBB. O armador Kojo e o futuro ídolo Olivinha fizeram grandes jogadas, Marquinhos assumiu responsabilidade e, com dois lances livres nos seis últimos segundos, garantiu o triunfo por 94 a 93.  

Playoffs: a trajetória do Flamengo para vencer o 2º NBB

A primeira colocação na fase classificatória rendeu ao Flamengo algo muito mais importante que a vaga direta nas quartas de final. O Rubro-Negro ganhou o direito de decidir aquela edição em casa, final essa que foi em jogo único. 

A trajetória no mata-mata começou esperando o vencedor de Fortaleza e Paulistano. Os paulistas venceram e avançaram para reeditar o grande jogo da fase de pontos, mas dessa vez não tiveram chances. Foram três vitórias e varrida rubro-negra: 100×91, 80×76 e 84×64.

Já a semifinal foi completamente diferente. Enfrentando o São José, classificado na sétima posição, o Orgulho da Nação avançou para a decisão no quinto e último jogo. O diferencial mais uma vez foi a torcida, já que o time venceu os três jogos em casa e perdeu os dois como visitante. 

Destaque para o jogo 4 terminando com uma grande confusão. Marcelinho Machado entendeu que Fúlvio estava menosprezando o Flamengo e, após o apito final, deu uma leve cabeçada no armador adversário no meio da quadra, iniciando confusão generalizada. 

A presença do ídolo e capitão, aliás, inflamou a torcida rubro-negra na arquibancada. Torcedores tentaram invadir a quadra para defender os atletas. No fim, o Fla se classificou com show da torcida no quinto jogo. 

Grande final: Flamengo x Uberlândia 

HSBC Arena lotada e FlaBasquete levantando a troféu, cena comum para um torcedor do Flamengo. Mas o Uberlândia não deixou de jogar diante da imponente torcida do Mengo, o que deixou a final ainda mais interessante.

O Flamengo foi o primeiro a abrir vantagem, mas viu a equipe mineira virar o placar nos últimos momentos do primeiro quarto. O cenário de equilíbrio se manteve até o intervalo. 

Mas, com um terceiro quarto impecável, os comandados do técnico José Neto foram para o período final com nove pontos à frente do adversário. Liderado pelo pivô Caio Torres, que quase não jogou a decisão em função de denúncia pela confusão com o São José, o time teve maturidade para administrar o placar e venceu por 77 a 70 ao som de “Bicampeão” que vinha da arquibancada. 

Caio Torres foi o nome da decisão, com 23 pontos e 10 rebotes, e eleito MVP da final. Ele teve a companhia de Marquinhos, melhor jogador da competição, que anotou 16 pontos na decisão. 

Uma temporada sem Marcelinho Machado

Essa temporada teve um fator especial: a ausência de Marcelinho Machado. O ala-armador e já ídolo rubro-negro sofreu ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho direito na primeira rodada e perdeu o restante da temporada. 

Ele passou por cirurgia e o tempo de recuperação previsto era de cinco meses, mas ele ficou de fora por todos os sete meses restantes da temporada. Situação que obrigou não só o técnico José Neto, como todos os atletas a se reinventarem de alguma maneira. O principal foi Marquinhos, que assumiu muito bem o papel de ser o pontuador primário do time.

Mas Marcelinho jamais abandonou seu papel de capitão. Assim que teve condições, retornou aos jogos para ficar no banco de reservas e ajudar a motivar e instruir os companheiros. 

Contudo, nem isso pôde na decisão. O atleta foi suspenso por iniciar a confusão contra São José e precisou ficar de fora dos relacionados, mas nada que impedisse o Flamengo de levantar o segundo troféu do NBB. 

Os campeões do NBB 12/13 pelo Flamengo

Veja abaixo a lista de todos os jogadores que entraram em quadra pelo Flamengo no título do NBB 12/13 e também as estatísticas de cada um na competição.

  • Kojo 
  • Gegê 
  • Benite
  • Marcelinho 
  • Marquinhos
  • Duda Machado
  • Olivinha
  • Bruno Zanotti
  • Chupeta 
  • Diego Marques 
  •  Alexandre Paranhos  
  • Douglas Correa
  • Shilton
  • Caio Torres 
  • Feliciano
  • Paranhos 
  • Técnico: José Neto 
  • Fonte: Mundo Rubronegro

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