Os atletas do Flamengo fizeram história em Paris, conquistando medalhas importantíssimas, com destaque para Rebeca batendo recorde e Isaquias, que fica atrás dela como segundo maior medalhista olímpico. No Ginásio Hélio Maurício, na Gávea, o astro da canoagem Isaquias Queiroz, as ginastas Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Flávia Saraiva, ao lado da judoca Rafaela Silva, receberam homenagens nesta quarta-feira (14).
Cada atleta recebeu um quadro especial, além do mascote Binho, de pelúcia e um buquê de flores. Os quadros recebem grande destaque, já que cada item é único e conta com uma mensagem diferente direcionada a cada atleta olímpico.
➕Muito mais do que campeãs olímpicas e muito além delas
O quadro de Jade Barbosa, por exemplo, cita o laço estreito com o clube que ela defende há tantos anos e que se identifica, também, como torcedora. ‘Rafa, amor e paixão’ foi o que leu Rafaela Silva em seu quadro, enquanto Isaquias viu citado o seu feito histórico. Isaquias, inclusive, protagonizou bonito momento ao dar seu buquê de flores para a esposa.
Lorrane Oliveira leu sobre o orgulho que o clube sente ao vê-la com o Manto Sagrado, e Flávia Saraiva, sobre a superação após a queda nas Olimpíadas.
Por fim, Rebeca Andrade foi homenageada como a ‘rainha de qualquer baile e de duas nações, reverenciadas até pelas adversárias’, relembrando o pódio das Olimpíadas, além do destaque da mulher negra no topo do mundo. Para Rebeca, aliás, teve até funk novo de MC Rebecca.
A emoção de Jade Barbosa
O discurso mais emocionante foi o de Jade Barbosa, que relembrou sua trajetória no Flamengo e viu um filme passar pela cabeça ao receber essa homenagem recebendo sua primeira medalha olímpica.
“Estou super emocionada. Sempre sonhei com esse momento, mas não imaginei que seria tão especial e ao lado de tantas pessoas incríveis. Entrei no Flamengo em 97 e me apaixonei pelo clube. Aqui encontrei minha família, fiz 15, 18, e hoje 33. Lutei tanto por esse momento, às vezes até a gente duvida que ele vai chegar, e chegou”, inicia”, antes de complementar:
“É mais do que a medalha, mas sim quais pessoas compartilhei esses momentos. Olho para a arquibancada lotada, vejo muitas pessoas essenciais para chegarmos com a equipe forte nesse momento. Cada rosto me faz lembrar de cada momento desse clube. Vivi aqui, cresci aqui e amo ser flamenguista. Não imagino a Jade sem o Flamengo. Perdi minha mãe ainda jovem, e se não fosse esse clube, não teria me reencontrado. A história da ginástica se mistura a história do Flamengo. Nunca imaginei ver essa academia tão cheia”, completa, percebendo a quantidade de crianças treinando no clube.
Lorrane Oliveira lembra infância difícil
Outro bonito discurso foi o da ginasta Lorrane Oliveira. A atleta olha para suas treinadoras no Flamengo e se emocionando, lembrando que chegou a morar com uma delas por algum tempo para se manter no Rio de Janeiro.
“Estava lembrando da minha história e aqui tem muito. Ali tem minha primeira treinadora, Daniela. Não foi só uma treinadora, mas uma mãe, e é até hoje. Ela está chorando, aí eu choro também. Ela me pegou para morar com ela quando eu era bem nova e morava bem longe. Todos acreditavam na minha capacidade. Eu devo muito a ela”, diz, lembrando ainda de outras figuras importantes:
“Tem o Angelo, a Renata, me deram treino quando cheguei bem pequenininha. Sou muito grata a todos eles. Eu treinava com a Dani, também me pegou para passar um pouco de tempo na casa dela. Tive uma infância muito difícil e isso é só um pouquinho do que passei. Muitas vezes é difícil, mas vale a pena. Acreditem nos seus sonhos”, finaliza Lorrane.
Flavinha, Rebeca Andrade e Rafaela Silva também fazem agradecimentos
As outras atletas também se manifestaram após as homenagens, a Flavinha agradeceu a todos os rubro-negros por “se sentirem representados”. Rebeca Andrade destacou que se tornou a atleta que é por conta da estrutura do Mengão, clube que moldou sua técnica como ginasta.
“Agradecer ao Flamengo por me aceitar e meus treinadores. Foi o ginásio onde me formei, moldei tudo que poderia moldar e por isso continuo aqui. Sou muito grata por tudo que conquistei, onde cheguei, por quem eu sou. E só sou o que sou por todas essas pessoas me apoiando”, garante Rebeca.
Rafaela Silva, por sua vez, não está no Flamengo desde criança, mas viu o clube abriu as portas para que ela fizesse um trabalho intensivo pensando no sonho de voltar a disputar os Jogos Olímpicos após oito anos.
“Cheguei no Flamengo recentemente, 2021. Estava sem treinar. Agradecer por acreditar no meu sonho olímpico. Muito feliz de ser recebida da melhor maneira possível”, afirma a judoca, antes de Isaquias Queiroz mostrar sua fome de novas conquistas.
“Agradecer o Flamengo. Como está no quadro, de Ubaitaba. É difícil de imaginar sair do sul da Bahia e representar o maior clube do mudo. Fico muito feliz. Agradecer presidente, toda a equipe do Remo. Vou continuar treinando ainda para continuar honrando a Nação e poder ganhar mais medalhas”, comenta.
As palavras do presidente do Flamengo
Rodolfo Landim se mostrou muito feliz a todo momento no evento, e destacou que o trabalho com a maioria dos atletas é longevo, começando ainda na infância.
“A formação dos nossos atletas. A Rebeca chegou aqui no Flamengo com 12, 13 anos, a Jade também. A gente passa na frente do ginásio, a galera treinando, a gente pensa qual vai ser a Rebeca que vai sair dali”, revele Landim, que também exaltou: “Desempenho excepcional. Nossas meninas conseguiram todas aquelas medalhas”.
Ao homenagear diretamente os atletas, Rodolfo Landim destacou as vitórias de Rafaela Silva e Isaquias Queiroz.
“A gente vibrou a cada medalha de vocês, mas confesso que, naquela virada no final, com uma marca rubro-negra, aquele waza-ari, na disputa no último minuto, e a arrancada que teve no final do Isaquias. Todas as medalhas com essa marca da superação rubro-negra. Torcemos todos os dias para vocês. Hoje temos diante de nós a maior medalhista olímpica da história do Brasil. E o segundo maior também”, destaca.
Fonte: Mundo Rubronegro