Por que Olimpia, em eterna crise, lembra Flamengo do passado antes de duelo na Libertadores?

A atual situação do Olimpia, guardadas as devidas proporções, lembra o Flamengo de uma década atrás. Um dos clubes mais populares e vitoriosos de seu país, afundado em dívidas e más gestões.

O Olimpia está completando 121 anos em meio a uma duradoura crise administrativa, política e financeira. Já estava em meio ao caos quando chegou à sua última final de Libertadores, em 2013, contra o Atlético-MG. E desde então não conseguiu reverter o quadro.

O atual presidente, Miguel Cardona, disse que assumiu um clube quebrado ao tomar posse em 2021, após seus dois antecessores fracassarem na tentativa de terminarem seus mandatos.

Um deles, Marco Trovato, foi banido do futebol pela Fifa por participação em apostas e manipulação de resultados. Trovato dirigiu o Olimpia por seis anos (2014 a 2020) e é acusado de ter aumentado substancialmente dívida que está hoje na casa dos US$ 60 milhões (mais de R$ 286 milhões na cotação atual).

Em sua defesa, o ex-presidente diz que investiu nas categorias de base, que revelaram jogadores capazes de dar retorno financeiro para ajudar a pagar a dívida. Diz também que montou um time vitorioso (ganhou cinco títulos nacionais) e melhorou a infraestrutura do clube, que voltou a jogar no seu próprio estádio (Manuel Ferreira) depois de muitos anos.

O resultado administrativo disso é que a atual gestão recebeu a herança de 18 demandas judiciais na Fifa, responsáveis por bloquearem as contratações. De lá para cá, já pagou US$ 7 milhões aos credores (com a ajuda de doações de torcedores ricos) e baixou pela metade a folha salarial. Mesmo assim, o clube ainda está longe de resolver seus problemas.

No início deste ano, após pagar parte das pendências, recebeu autorização e anexou seis atletas. Só que outros seis foram embora, entre eles alguns destaques da equipe. A solução muitas vezes é a chamada “prata da casa”. O elenco tem hoje 16 jogadores da base.

No comando dos jovens está Francisco “Chiqui” Arce, em sua segunda passagem. O ex-lateral-direito de Grêmio e Palmeiras é o terceiro treinador na temporada 2023. O ano começou com Julio Cesar Caceres e teve Diego Aguirre, de carreira extensa no Brasil, por toda a fase de grupos da Libertadores.

Se terminou em primeiro lugar na sua chave na competição continental, o time foi mal no Apertura local, ocupando apenas o sexto lugar (uma classificação absurda para o Decano paraguaio). A eliminação na Copa Paraguai para um time da segunda divisão, o San Lorenzo, decretou a queda do treinador uruguaio.

O Olimpia alcançou esta condição beneficiado por um sorteio que tirou de seu caminho equipes brasileiras e colocou em seu grupo um argentino da segunda divisão (Patronato). Os outros adversários foram o Melgar (Peru) e Atlético Nacional (Colômbia).

O tricampeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002) se fez mais forte e garantiu a vantagem de decidir em casa nas oitavas.

O “Franjeado” passou invicto pela fase de grupos, com quatro vitórias e dois empates. É a segunda melhor defesa entre os times classificados, com apenas quatro gols sofridos, e um dos melhores ataques (13 gols). Com pouca posse de bola (46%), foi um time de muita marcação e só ficou atrás do Atlético-MG nas bolas recuperadas.

Mas, segue mal no cenário local. No último sábado, empatou com o Trinidense em 1 a 1, fora de casa. Arce disse que viu evolução e que agora, sim, irá disputar o jogo mais importante, com o Flamengo.

Desde que chegou, o ex-lateral tem dado demonstrações de como encara este duelo: “Vamos jogar à morte”, sentenciou.

Cuiabá (F) – 06/08, 20h (de Brasília) – Brasileirão

Fonte: ESPN

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