O presidente Rodolfo Landim foi questionado nesta segunda-feira por um conselheiro sobre a demora para enviar ao Conselho Deliberativo o novo contrato para transmissão do Campeonato Brasileiro com a Globo. O anúncio do acerto entre Libra e emissora foi feito no dia 8 de março e confirmado na época pelo próprio Landim, e na semana passada o jornalista Rodrigo Mattos afirmou que os clubes já haviam começado a receber o adiantamento da Globo.
Sem esclarecer o motivo da demora para encaminhar o pedido, Landim anunciou, entretanto, que meia hora antes da reunião havia enviado o contrato para os presidentes do Conselho Fiscal e Deliberativo para que eles iniciassem o processo de análise do contrato. Desta forma, a data da reunião para votar a aprovação do contrato pode ser marcada ainda nesta terça-feira.
➕Ouça: Landim promete que não vai propor SAF, mas lava as mãos sobre aliados
Após a aprovação, o contrato entra em vigor e o Flamengo fará jus à sua parte do pagamento feito pela Globo no ato da assinatura, de cerca de R$ 63 milhões.
O contrato entre Globo e Libra, válido a partir do Brasileiro do ano que vem, é de cinco anos e tem valor de R$ 1,3 bilhão anual fixos, que podem subir dependendo da arrecadação da emissora com o pay per view. Entretanto, o documento prevê duas reduções no valor da ordem de 10%: uma se o Corinthians não aderir ao contrato – o clube paulista também negocia com a Brax – e outra se menos de nove clubes da Libra estiverem na Série A (este ano seriam oito).
O adiantamento de cerca de R$ 650 milhões terá 97% do seu valor dividido em partes iguais entre os oito clubes da Libra atualmente na Série A (Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Bragantino, Grêmio, Atlético-MG, Bahia e Vitória) e o Santos, chegando ao valor de cerca de R$ 63 milhões. Os outros 3% serão divididos entre os demais clubes da Libra, atualmente nas Séries B e C.
O valor se refere à metade do pagamento pelo primeiro ano do contrato, ou seja, no ano que vem os clubes receberão menos que no período de 2026 a 2029. Ele será descontado do valor final ao qual cada membro da Libra terá direito ao fim do campeonato do ano que vem, que é calculado da seguinte forma: 40% divididos igualmente, 30% divididos de acordo com a audiência e 30% divididos pela colocação.
A estimativa do Flamengo é que pode arrecadar até R$ 275 milhões por ano caso seja campeão brasileiro.
Questionado pelo conselheiro se encaminharia uma proposta de criação de SAF até o fim do seu mandato, em dezembro, Landim garantiu que não o faria, mas disse que a decisão não cabia a ele, e sim ao Conselho Deliberativo, que poderia agir sob provocação de algum outro sócio. O conselheiro então insistiu:
“Se o Consellho quiser tomar uma decisão de que o Flamengo deve mudar sua governança, ele é soberano para fazer isso. Isso não cabe ao presidente não. Cabe ao presidente tocar o clube de acordo com o estatuto do clube”.
O conselheiro insistiu em ouvir de Landim se ele pessoalmente iria apresentar a proposta de criação da SAF:
“O senhor está fugindo da resposta então?”
Irritado, Landim respondeu:
“Eu não tô fugindo de resposta nenhuma, estou dizendo que eu não encaminharei. Mas não cabe a mim encaminhar,. Entenda isso, entenda um pouco como funciona o clube. O clube não funciona desta forma que o senhor está achando. Este aqui é o plenário que decide”.
Landim recuou no discurso sobre SAF imediatamente
Conforme o MRN publicou na manhã desta segunda-feira, o contrato de patrocínio com o BRB aprovado na sessão permite ao banco romper o acordo caso o Flamengo se transforme em SAF.
Landim defende publicamente a transformação do Flamengo em SAF como forma de financiamento da construção de um estádio próprio. No domingo, porém, ele afirmou que essa é uma discussão para ser feita no futuro, depois que o Flamengo adquirir o terreno.
Na semana passada, conforme revelou o MRN, Landim havia prometido a seu primo e vice de Patrimônio, Arthur Rocha, que não ia propor a criação de uma SAF até o fim do seu mandato. Como contrapartida, Rocha desistiu de protocolar uma emenda que retirava do Conselho Deliberativo e delegava à Assembleia Geral, com quórum mínimo de 30% e aprovação mínima de 20% dos sócios, a decisão sobre a criação de uma possível SAF.
Fonte: Mundo Rubronegro