Apesar de ser muito vantajoso financeiramente, o novo contrato com a Brax preocupou alguns conselheiros do Flamengo pelo fato de a empresa ter um pequeno capital social (cerca de R$ 3 milhões) em comparação com o valor que pretende pagar (R$ 330 milhões). Entretanto, os dirigentes destacaram as medidas que tomaram para evitar um calote como o que o Flamengo levou no seu contrato anterior de venda de placas publicitárias.

As placas publicitárias do Campeonato Brasileiro são uma propriedade relativamente recente dos clubes. Elas foram cedidas pela TV Globo como parte do contrato atual, iniciado na temporada de 2018. Naquele mesmo ano, o Flamengo aprovou um contrato com a empresa de marketing Sportspromotion pela propriedade.

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Segundo números apresentados aos conselheiros, a Sportspromotion teria que ter pago ao Flamengo R$ 12 milhões em 2019, R$ 12,6 milhões em 2020, R$ 14,2 milhões em 2021 e R$ 9,3 milhões pelo primeiro turno do Brasileiro de 2022. Entretanto, com a empresa devendo mais de R$ 15 milhões naquela época, o Flamengo optou por romper o contrato e buscar ressarcimento na Justiça. Como a Sportspromotion decretou falência, o Flamengo entrou na fila de credores e ainda não recebeu o valor.

Flamengo receberá pagamento antecipado de R$ 50 mi da Brax

Para evitar um novo calote, o Flamengo apostou no pagamento antecipado. A Brax terá que pagar R$ 25 milhões de luvas este ano, com uma entrada de R$ 7 milhões e R$ 18 milhões divididos em 12 parcelas iguais. No ano que vem, pagará as duas primeiras parcelas de R$ 12,5 milhões em 20 de janeiro e 20 de abril, antes do início do Campeonato Brasileiro.

Ou seja, antes mesmo que o contrato entre em vigor, a Brax terá que pagar R$ 50 milhões ao Flamengo. Caso não pague alguma parcela, o Flamengo poderá rescindir o contrato por justa causa e ficar com o dinheiro recebido, e então buscar novos parceiros ou vender as placas por conta própria, como vem fazendo desde o segundo turno do Brasileiro de 2022, quando conseguiu R$ 6,9 milhões.

Em 2023, o Flamengo conseguiu cerca de R$ 40,7 milhões brutos com a venda de placas. Esse valor porém, diminui com comissões e os custos de produção e manutenção das placas, que serão assumidos pela Brax. Os R$ 330,225 milhões do contrato serão recebidos de maneira líquida pelo Flamengo.

Além disso, o Flamengo entende que poderia não conseguir repetir sozinho nos próximos anos o valor obtido em 2023 porque ele veio em uma “onda das bets”, que já dá sinal de refluência com a regularização imposta pelo governo federal. Desta maneira, o clube acredita que o contrato com a Brax, nos moldes apresentados ontem ao Conselho, foi a melhor saída.

A grande maioria dos conselheiros se convenceu com os argumentos e aprovou o contrato com 142 votos a favor, 6 contrários e 2 abstenções.

Fonte: Mundo Rubronegro

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