João Luis Jr: Explicado: o Flamengo está focado nas copas porque não é time, é Seleção

Não existe muito o que criticar na vitória maiúscula do Flamengo sobre o Grêmio, em plena Porto Alegre, pelo primeiro jogo das semifinais da Copa do Brasil.

Matheus Cunha teve sim alguns momentos de medo e delírio. Gabigol voltou a perder pênalti e Everton Ribeiro realizou certas ações que talvez tenham feito Totói chorar. Entretanto, no geral tivemos uma das atuações mais sólidas, convincentes e impressionantes da equipe rubro-negra na temporada.

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A dupla de zaga composta pelo jamais criticado Léo Pereira e o velocista Fabrício Bruno transmitiu imensa segurança. Assim como Filipe Luis é menos um lateral e mais um simpósio ambulante sobre a posição. Wesley realizou não apenas sua melhor partida pelo time profissional como muito provavelmente o melhor jogo de sua carreira. E talvez até mesmo as duas melhores horas de sua vida.

Victor Hugo segue jogando com intensidade de jovem e categoria de veterano, Arrascaeta foi discreto mas ainda assim diferenciado e Thiago Maia garantiu o 2×0 no famoso chute culposo, em que o gol acontece mesmo sem que haja a intenção de chutar. 

Gabigol e Bruno Henrique, essa dupla que, se decidisse se aposentar agora, já teria seus nomes gravados no hall dos grandes craques da história do Flamengo, mais uma vez nos lembrou que ainda existem partidas a se vencer, taças a se conquistar e comemorações de Dragon Ball a se fazer.

Por que o Flamengo copeiro não joga o Brasileirão?

E num jogo quase perfeito como esse, em que o Flamengo, fora de casa, amassou um adversário tradicional e que está na briga direta pelo título brasileiro, o único possível mal-estar surge de uma questão que já foi levantada diversas vezes durante a temporada, mas ainda assombra o torcedor rubro-negro: por que o Flamengo não pode jogar sempre assim?

Afinal, se temos condições de ser dominantes, intensos e eficientes como fomos contra o Grêmio, porque estávamos vindo de um empate lamentável diante de uma equipe visivelmente mais frágil, como é o caso do América-MG?

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E aí voltam as teorias e as especulações. Teorias de que o Flamengo prioriza as copas. De que a equipe prefere torneios de tiro curto. Que premiações influem no nível de dedicação da grupo. Ou mesmo de que, dado o tamanho da nossa torcida e o impacto cultural do vídeo do Hulk vermelho dançarino, o rubro-negro não leva mais a sério torneios de pontos corridos.

Pois isso é coisa de clube e o Flamengo agora se tornou uma Seleção. Faltando apenas assinar um ou outro papelzinho com a ONU e a FIFA.

Fla das quartas aos fins de semana

Entretanto, a realidade é que tivemos uma atuação exemplar, que deixa claro o potencial do time comandado por Sampaoli. Além disso, nos faz esperar que mais atuações do mesmo nível venham por aí. Não apenas nas copas, como também no Campeonato Brasileiro, onde a liderança pode estar distante, mas ainda não se tornou inatingível.

Porque o Flamengo nessa quarta-feira fez, sim, um grande jogo. Mas sabemos que ele tem toda condição de jogar assim não apenas nessa quarta, mas em diversos sábados, domingos e quintas-feiras. Afinal, esta foi uma noite especial, mas com um pouco de esforço e dedicação, ela tem todas as condições de se tornar comum.

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Fonte: Mundo Rubronegro

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