10 polêmicas de Dunshee, candidato de Landim à sucessão no Flamengo

O presidente Rodolfo Landim confirmou na noite desta terça-feira (18) a escolha de Rodrigo Dunshee de Abranches como seu candidato nas eleições do Flamengo em dezembro. Com longa trajetória na política do Flamengo, Dunshee coleciona polêmicas. O MRN lembra dez delas.

1- Filho do presidente que vendeu Zico

A família Dunshee de Abranches é uma das mais tradicionais na política do Flamengo. O pai de Rodrigo, Antonio Augusto Dunshee de Abranches, foi presidente do Flamengo entre 1981 e 1983. Era o presidente no único título mundial do Flamengo, mas dois anos depois ficou marcado por vender Zico à Udinese, contra a vontade do ídolo. A pressão interna e externa foi tão grande que Antônio Augusto acabou renunciando e nunca mais ocupou um cargo na política do Flamengo. Isso não impediu, porém, a ascensão do filho.

2- Vice de Edmundo Santos Silva

Os dois mandatos de Rodolfo Landim não são a primeira vez em que Dunshee é vice-presidente geral do Flamengo. Então com apenas 33 anos, ele ocupou a mesma posição na gestão de Edmundo Santos Silva entre 1999 e 2002. Acabou rompendo com o presidente e deixando a gestão antes de Edmundo sofrer impeachment por suspeitas de irregularidades envolvendo a venda do futebol do clube para a empresa suíça ISL.

3- Comissão para investigar venda de Paquetá

Já candidato a vice de Landim, abriu uma comissão de inquérito no Conselho Deliberativo, do qual era presidente, para investigar a venda de Lucas Paquetá ao Milan pela gestão de Eduardo Bandeira de Mello e do vice-presidente de Futebol e adversário de Landim na eleição Ricardo Lomba. O dinheiro da venda de Paquetá acabou sendo fundamental para a montagem do time que ganharia a Libertadores e o Brasileiro em 2019. E com as metas na venda e as revendas para Lyon e West Ham, Paquetá se tornou o jogador que mais rendeu em vendas para o Flamengo na história do clube.

4- Trato com as famílias das vítimas do Ninho do Urubu

Como vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee conduziu as negociações com as famílias e o Ministério Público para as indenizações das vítimas. As famílias o acusam de ter pouca sensibilidade e ter se dedicado pouco ao caso, saindo em meio a reuniões alegando compromissos mais importantes. O departamento jurídico lutou na Justiça contra o pagamento de uma pensão mensal de R$ 10 mil às famílias e chegou a argumentar que as chances de Christian Esmério, com passagem pelas seleções de base, se tornar jogador eram “muitíssimo remotas” para se negar a pagar a indenização pedida pela família. Em fevereiro de 2020, em depoimento à CPI sobre o assunto na Alerj, ele admitiu que faltou ao Flamengo um “olhar humano” no caso.

“Quando a gente entra pra reunião, o vice jurídico deles vira: ‘Daqui a 15 minutos eu tenho que dar uma saída, porque eu tenho outra reunião”. Pô, aquilo ali acabou com a gente. Foi uma coisa desumana total.”, se queixou o pai de Christian no recente documentário sobre o tema lançado pela Netflix.

5- Criação de empresa nos EUA

Sem autorização dos conselhos do clube, Dunshee abriu, junto com o vice-presidente de Finanças Rodrigo Tostes, uma empresa no nome dos dois e do Flamengo nos EUA, a Flamengo USA. Segundo a assessoria do Flamengo, “o Flamengo estava prospectando parceiros para abrir um time em Las Vegas, como é notório. Contudo, o negócio nos EUA não avançou como imaginado pelos dirigentes, já que o modelo de 2a divisão não atraiu investidores. Assim, o Flamengo providenciou o fechamento da empresa. Caso o negócio tivesse avançado, após os trâmites burocráticos internacionais e a aprovação no Conselho, as cotas seriam passadas para o Clube, que passaria a ser o único dono da Flamengo USA”.

6- Emenda para colocar criação de empresas como objetivo do Flamengo

Em abril do ano passado, Dunshee apresentou ao Conselho Deliberativo uma proposta de emenda incluindo a possibilidade de criar empresas logo no Art. 2º do Estatuto, como novo inciso das atividades que o clube “tem como objetivos promover, incentivar e desenvolver”:

“VIII – participação societária em outras empresas, desde que as receitas auferidas, incluindo lucros e dividendos, sejam integralmente revertidas para as atividades e objetivos sociais do clube, respeitando-se a finalidade não lucrativa”.

Dunshee argumentou que o objetivo era regular as empresas para gerir o Maracanã e para administrar o banco Nação BRB, mas a oposição temeu que a proposta fosse para abrir caminho para a transformação do Flamengo em SAF (Sociedade Anônima de Futebol). Dunshee acabou retirando a proposta de tramitação antes que ela fosse a votação.

7- Críticas a Tite no Twitter

Durante a última Copa do Mundo, o vice-presidente geral e jurídico do Flamengo tuitou que faltava apenas um bom técnico para a Seleção ser campeã, dando a entender que Tite não era digno do cargo. Em seguida, Dunshee disparou uma crítica mais pesada ao treinador. De acordo com o VP de Landim, Tite era “paneleiro” e ótimo para entreter plateia, mas não para dirigir uma Seleção. Menos de um ano depois, Dunshee apagou os tweets em meio à negociação do Flamengo para contratar Tite. E acabou levando seu filho ao Ninho do Urubu para conhecer o técnico.

8 – Defesa de Marcos Braz na agressão a torcedor

Dunshee colocou o Flamengo a serviço de Marcos Braz ao ir à delegacia defender o vice-presidente após o episódio de agressão ao torcedor Leandro Campos. “Ele é a vítima nessa história”, disse o agora candidato, garantindo que Braz tinha sido vítima de “armação”. A Justiça entendeu diferente e tornou Braz réu por agressão a Campos e não aceitou a queixa do vereador contra o torcedor. Braz acabou se livrando da condenação ao fechar acordo com o torcedor.

9- Demissão de vice de Esportes Olímpicos para atender Patricia Amorim

Em março, Landim demitiu o vice-presidente de Esportes Olímpicos Guilherme Kroll para abrigar uma indicada pela ex-presidente Patricia Amorim, Deborah Frochtengarten. A troca faria parte de um acordo para que Patricia e seu grupo político apoiem a candidatura de Dunshee à sucessão de Landim. “O Rodrigo Dunshee me perseguiu desde o primeiro dia de mandato, sempre quis o cargo para a Patricia Amorim. Sofri muitos ataques velados, difamação, mas sempre levei tranquilo, fazia parte da política. Agora, em época de eleição, ele quer o cargo. O cargo é dele”, disse Kroll ao deixar o cargo.

10 – O caso Roberto Dodien

A maior polêmica envolvendo Dunshee, entretanto, é uma na qual ainda não foi definitivamente provado que ele esteja de fato envolvido, embora as suspeitas sejam grandes. Em maio do ano passado, após a aprovação do limite para os sócios off-Rio, o perfil Roberto Dodien publicou um comentário idêntico ao que Dunshee havia postado e apagado instantes antes, o que levou a oposição a investigar a conta de Dodien e encontrar vários posts com ofensas a membros da oposição, políticos, jornalistas e até Bap, que será adversário de Dunshee nas eleições.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello abriu um processo criminal contra Dodien que descobriu que os posts vieram da Rua da Assembleia, coincidentemente ou não onde Dunshee tem um escritório. O Twitter, entretanto, ainda não atendeu as solicitações da Justiça para revelar o autor das postagens. Bandeira segue convencido que a conta pertence a Dunshee. Se a autoria for comprovada, o vice de Landim responderá a processo criminal e também pode sofrer punição disciplinar dentro do Flamengo por ofensa a outros sócios que inviabilizaria sua candidatura.

Fonte: Mundo Rubronegro

Artigo anteriorOlivinha recebe homenagem no NBB e troféu passa a ter o nome do ídolo do Flamengo
Próximo artigoR$ 588 milhões: Cruzeiro de Mattos se prepara para contratar xodó do Flamengo, Matheus Gonçalves